6 estreias absolutas marcam a 9ª edição do Guidance

Foi hoje conhecido, no café-concerto do Centro Cultural Vila Flor (CCVF), o programa da 9ª edição do Guidance, o Festival Internacional de Dança Contemporânea. Estão previstos, entre os dias 7 e 17 de Fevereiro do próximo ano, onze espectáculos – seis dos quais são estreias absolutas -, além de masterclasses, debates e oficinas. 

O festival, que passa pelo CCVF e pelo Centro Internacional de Artes José de Guimarães (CIAJG), apresenta uma forte vertente de apoio à criação, através da presença de residências artísticas e oficinas que resultam, posteriormente, nos espectáculos finais. O director-artístico do Guidance, Rui Torrinha, sublinhou que o próximo ano do certame vai ser “de grande cumplicidade com a criação”.


“Todos nós, quando o pano levantar, vamos ver algo novo pela primeira vez. Esta é grande característica da 9ª edição”.


Um dos espectáculos em estreia absoluta é a união entre os Mão Morta e a coreógrafa Inês Jacques. A peça, intitulada “No Fim Era o Frio”, junta músicos e bailarinos para apresentar uma desconstrução do rock e da dança. Cenicamente, são os Mão Morta quem criam mas os movimentos são imaginados pela coreógrafa.


O guitarrista e teclista da banda bracarense, António Rafael, considerou que o espectáculo híbrido “é um desafio interessante”. 


“Depois da celebração, o ano passado, dos 25 anos dos Mutantes S.21, sentíamos necessidade de olhar para o futuro. Este espectáculo vai levar-nos a isso, para uma área de total desconforto, especialmente no enquadramento num festival tão importante como o Guidance. Precisávamos deste estímulo”, assinalou.


Outro destaque do Guidance é a estreia absoluta de “Drama”, espectáculo da autoria do coreógrado e encenador Victor Hugo Pontes. A obra parte de uma residência artística, que vai ser realizada em Guimarães, e o ponto de partida é o texto da peça de Teatro “Seis Personagens à Procura de um Autor”, de Luigi Pirandello.


O coreógrafo explica que “Drama” é um projecto de “dança, apesar de partir de um texto teatral, e de um cruzamento de música ao vivo da Joana Gama, que vai tocar composições do Rui Lima e do Sérgio Martins”. O espectáculo integra também sete intérpretes fixos e dez participantes da comunidade local.


Além destes dois espectáculos, frisam-se também as estreias absolutas de “anasthize”, da coreógrada Maurícia e Neves, que prevê uma associação pouco óbvia entre a anestesia e o movimento; “Fraternidade I+II”, de Miguel Moreira, uma obra que liga duas peças gémeas; “Lento e Largo”, de Jonas Lopes e Lander Patrick, um elemento performativo que chama a poética da alucinação; e finalmente “Dos Suicidados – O Vício de Humilhar a Imortalidade” da dupla Joana von Mayer Trindade e Hugo Calhim Cristóvão, que trabalha um diálogo entre a experimentação e o discurso crítico, a partir da obra de Raul Leal.


“PRIMEIRA RESPOSTA PARA AS FAMÍLIAS”

O Guidance conta com o apoio da Oficina, que salvaguarda a realização de dois espectáculos direccionados às famílias. O director-artístico, João Pedro Vaz, destacou que “várias pessoas solicitam que as oficinas e os espectáculos incluam cada vez mais a família”, acrescentando que o próximo ano do festival é “a primeira resposta” nesse sentido.

O Guidance, o Festival Internacional de Dança Contemporânea, decorre entre 7 e 17 de Fevereiro do próximo ano. Os bilhetes estão disponíveis a partir dos 20 euros.

Áudio:

Rui Torrinha, director-artístico do Guidance, António Rafael, dos Mão Morta, Victor Hugo Pontes, coreógrafo e João Pedro Vaz, da Oficina, falam sobre a 9ª edição do GUIdance

Pedro Magalhães
Pedro Magalhães

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