60% das candidaturas às bolsas em ciência quântica do INL vieram do estrangeiro

O Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, com sede em Braga, encerrou a primeira fase de candidaturas às bolsas de doutoramento em Ciência e Tecnologia Quântica. Foram recebidas 50 candidaturas, de 13 países, para as primeiras 12 vagas.
A Iniciativa Quantum Portugal resulta de um protocolo celebrado, em fevereiro deste ano, entre a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e o INL e compreende a atribuição de 24 bolsas de doutoramento no campo da Ciência e Tecnologia Quântica no valor de 1,44 milhões de euros.
A atribuição de bolsas numa área do conhecimento emergente, bem como a excelência das infraestruturas do INL, que se tornou recentemente num dos nove hubs mundiais da Q Network da IBM, atraíram candidaturas de todo o mundo. 40% das candidaturas recebidas pelo INL são nacionais, 10% chegaram da Índia e 10% da Etiópia. A este grupo de países juntam-se ainda candidaturas provenientes do Brasil, Colômbia, Espanha, EUA, Irão, Itália, Paquistão, Polónia, Tunísia e Turquia.
Manuel Heitor, que presidiu à assinatura do protocolo da Iniciativa Quantum, lembrava na altura que “Portugal voltou a ter capacidade de atrair e de reter investigadores e isso faz parte de participarmos cada vez mais em novas áreas de conhecimento e de promovermos instituições como o INL”. Para o então responsável do Governo pela pasta da Ciência, a Iniciativa Quantum Portugal é “um pequeno passo” para colocar o país em lugar de destaque, enquanto destino para a obtenção de formação científica.
Enquanto pivot estratégico na mais avançada formação científica nacional, o INL realiza nos próximos dias 22 a 24 de outubro a Conferência Internacional Mission 10.000: Quantum Science & Technologies. Um evento que vai juntar em Braga especialistas e investigadores de todo o mundo para apresentarem os mais recentes avanços científicos e tecnológicos no campo quântico.
Embora ainda uma área emergente, a ciência e tecnologia quânticas abrem múltiplas possibilidades, não só através da computação quântica, mas também na área farmacêutica, de dispositivos médicos, na área financeira, dos materiais, mecânica, eletrónica, entre muitas outras. “Através dos sensores quânticos, um campo que estamos a desenvolver no INL, será possível, por exemplo, dentro de alguns anos, detetar um cancro ainda no estágio zero. A avaliação das interações moleculares permitirá prever eventos em vez de os resolver”, explica Lars Montelius, Diretor-geral do INL.
