Um ano depois, Sapadores continuam com contador de obra

Um ano depois da inauguração (aconteceu a 4 de Junho de 2016) , o quartel dos Bombeiros Sapadores de Braga continua a funcionar com um contador de obra. Ainda que a situação não afecte o funcionamento diário da corporação, são notórios alguns constrangimentos que dela advém. A inexistência de um gerador é algo que também é verificado no novo equipamento municipal o que, em caso de corte geral de electricidade, deixa o edifício apenas com algumas horas de energia.
Alguns dos problemas estruturais do espaço já foram resolvidos após a insistência do comandante José Felgueiras, mas “ainda há lacunas” por suprir.
Esta quarta-feira, durante uma visita do candidato da CDU à Câmara de Braga a este local, a denúncia sobre estas mesmas voltou a surgir. Carlos Almeida diz ser incompreensível a situação da energia. “Passou um ano da inauguração e a situação é um risco. Ainda não foi feito investimento num gerador de emergência e isso coloca constrangimentos e problemas ao normal funcionamento do serviço. Seria útil perceber e, mais útil, ultrapassar o problema e ter um contador e quadro definitivo para fazer a certificação eléctrica”, disse Carlos Almeida que recordou que esta situação “limita a contratação de potência” num edifício que tem maquinaria que tem consumos energéticos acima dos aparelhos domésticos.
Um ano volvido após a abertura oficial do quartel, Carlos Almeida identificou ainda algumas melhorias que poderiam ter sido implementadas, nomeadamente “ao nível do desgaste do piso, da necessidade constante de uma nova auto-escada (a única ao serviços tem 45 anos) e da aquisição de uma viatura urbana de combate a incêndios e uma viatura de desencarceramento.”
Sobre o piso que está visivelmente danificado – o município prometeu accionar a garantia para a substituição -, Carlos Almeida sublinhou que o mesmo já se encontra em pior estado relativamente ao que existia no anterior quartel.
Estas questões já foram colocadas ao município de Braga e, para Carlos Almeida, é “importante continuar a fazer a monitorização” para se fazer a detecção de problemas existentes.
Ainda que tenha havido garantias de resolução por parte do executivo municipal, Carlos Almeida acusa a equipa de Ricardo Rio de “negligência” perante alguns problemas já identificados. “Acho que há questões que dão a sensação que há falta de vontade política de pegar nos problemas e uma clara negligência política. Não se compreende porque não se dá a atenção a estes problemas como se dá a outros”, frisou o comunista que elogiou o papel do comando da corporação como sendo “determinante” no acompanhamento e resolução de problemas na infra-estrutura de socorro e emergência.
Carlos Almeida apela a melhoria salarial da corporação
“A motivação do pessoal prende-se com a sua compensação salarial, pela possibilidade de promoção e progressão na carreira. Os salários são muito baixos. Em Braga, a Câmara deixou de fazer o ingresso como bombeiros sapadores (que têm nível salarial mais elevado) e só entram na categoria de bombeiros municipais que têm pouco mais do salário mínimo nacional”, frisou o candidato comunista que lembrou que “há 15 anos que não há promoções na corporação bracarense”.
Para Carlos Almeida, “há propostas colocadas em cima da mesa que podem possibilitar a promoção e é necessário desatar esses nós”. Por isso, Almeida sugeriu que “a Câmara deva dar um sinal, porque o reconhecimento do mérito deve ser dado e esta corporação que tem dado provas da qualidade do seu serviço e devem sentir o apreço e motivação por parte do poder político”, frisou.
“Estes homens têm uma profissão de risco, têm que ter formação e reciclar a mesma de forma constante e têm muitas exigências para receber o salário mínimo e saber que daqui a cinco ou dez anos vão estar no mesmo sítio”, acrescentou.
Auto-escada ao serviço da corporação já com 45 anos. É a única em actividade uma vez que a outra que existe continua em reparação.
