JPG: “Algo de anormal” se passa na Câmara de Guimarães

A demissão do director do Departamento de Urbanismo da Câmara de Guimarães, Filipe Fontes, é “surpreendente” e “anormal”, tendo em conta o número de saídas de cargos de chefia da autarquia. Quem o diz é André Coelho Lima, da coligação Juntos por Guimarães, que questionou o autarca Domingos Bragança sobre a saída de Filipe Fontes do departamento do vereador do Urbanismo, Seara de Sá.

Em reunião camarária, o social-democrata lembrou que houve uma reestruturação orgânica no departamento de urbanismo, que foi aumentado e integrou a divisão do Centro Histórico. Naturalmente, a chefia do departamento urbanístico deixou de existir. Ainda assim, Filipe Fontes preferiu demitir-se, questiona André Coelho Lima “Se as funções cessam naturalmente, seria mais simples aguardar que isso acontecesse. O que significa, na minha interpretação, é que o director de departamento de urbanismo – que é um técnico de excelente qualidade – quis manifestar que, de facto, havia uma demissão e não cessação de funções”, disse.

Para André Coelho Lima “algo de anormal” se passa nas chefias da autarquia, lembrando que, de vários departamentos da autarquia, saíram, recentemente, alguns elementos, nomeadamente da divisão de Desenvolvimento Económico, devido a um processo disciplinar, o arquitecto Filipe Vilas Boas ou, em Dezembro, José Bastos e Frederico Queirós, da cooperativa Oficina, respectivamente Director Artístico e Administrador Executivo.

O autarca Domingos Bragança respondeu dizendo que o arquitecto Filipe Fontes saiu por “cansaço” da exigência da profissão. “O lugar é de muito exigência e pressão. Ele é muito dedicado e não diz que não ao trabalho. Espero que ele se apresente ao concurso, cujo procedimento está a ser preparado”, avançou.

O autarca explicou que Filipe Fontes irá manter-se em regime de substituição até à realização de um concurso. “Tenho muita consideração e respeito pela dedicação e competência técnica do arquitecto Filipe Fontes”, elogiou.