Confraria apela à preservação do Bom Jesus

A Confraria do Bom Jesus alerta para a necessidade de todos contribuírem para uma candidatura bem sucedida do Bom Jesus a património da Humanidade em 2019. Numa altura em que a igreja, o escadório, as capelas e a própria mata passam por um processo de reabilitação, Varico Pereira, vice- presidente da Confraria, insiste que este é “um património de todos”.
Esta quarta-feira, numa visita da imprensa aos trabalhos que decorrem em todo aquele património, Varico Pereira lembrou a importância de uma atitude cívica de todos aqueles que frequentam esta zona da cidade de Braga. “Estamos a fazer obras de grande vulto, e as pessoas que utilizam o Bom Jesus devem manter o civismo”. Um apelo para quem passeia os seus animais, para quem faz desporto ou para quem ali vem rezar. “Tenham uma atitude cívica mais empenhada. O Bom Jesus é de todos, o empenho tem que ser de todos”, defendeu.
Várias portas das capelas existentes no decorrer do escadório estão parcialmente queimadas. Em causa, as velas colocadas pelos mais devotos. Varico Pereira pede uma atitude diferente. “A fé das pessoas não pode ser posta em causa, vamos colocar um cerário, portanto as pessoas têm de deixar de pôr velas junto à porta das capelas”, alertou. Aliás, no interior das capelas, a pedra escura, junto às portas é uma das marcas visíveis.
No escadório e nas capelas decorrem intervenções da responsabilidade da empresa AOF – Augusto de Oliveira Ferreira. A empreitada das seis capelas que restam também inclui a colocação de iluminação. Todas as cantarias serão lavadas e limpas. As próteses bem feitas nos degraus serão assumidas, as restantes serão substituídas.
(FOTO: Teresa Ferreira, arquitecta responsável pela intervenção no escadório, capelas e iluminação)
Entretanto foram já retiradas algumas árvores de grande porte que se encontravam muito próximas das capelas junto ao pórtico. Ainda assim, por toda a mata é evidente a colocação de dezenas de árvores.
A partir de agora, nas capelas mais antigas junto ao pórtico haverá mais luz natural, determinante para a preservação e conservação daquelas estruturas. Segundo a arquitecta responsável, Teresa Ferreira há “patologias diversas, mas muito à base da falta de iluminação”. “Foram muitos anos a apanhar chuva, a pedra vai condensando a água e para sair, vão ser muitos anos para secar”, referiu. Por fora serão refeitos rebocos que “no geral estão em mau estado de conservação”. As coberturas vão ser reabilitadas. O interior das capelas, onde já foram feitas grandes inspecções “já não terão as pinturas primitivas”, admitiu aquela responsável.
Por seu turno, as imagens já foram retiradas do interior das capelas onde decorrem os trabalhos. Serão posteriormente recuperadas em laboratório.
Recorde-se que esta é a maior obra do Bom Jesus desde 1811, ano em que foi concluído.
A obra terá obrigatoriamente de terminar até até 30 de Junho de 2019, tendo em vista a candidatura a Património da UNESCO.
O investimento total da intervenção ascende a um milhão e 477 mil euros. 20% deste valor foi garantido através de fundos comunitários.
Áudio:
Declarações de Varico Pereira e da arquitecta responsável pela intervenção nos escadórios e capelasDeclarações de Varico Pereira e da arquitecta responsável pela intervenção nos escadórios e capelasDeclarações de Varico Pereira e da arquitecta responsável pela intervenção nos escadórios e capelas
