APA alerta para valor patrimonial da Fábrica Confiança

A Associação Profissional de Arqueólogos (APA) em reunião de Assembleia Geral, esta quinta-feira, 6 de Dezembro, debateu a problemática da Fábrica Confiança e deixou várias recomendações, defendendo que deve ser o Estado a gerir este tipo de património sob pena de o mesmo não ser devidamente valorizado.
Em declarações à Universitária, o presidente da APA, Marcos Couto, defendeu que devem existir avaliações prévias ao local “sobre os tipos de estruturas que podem existir no subsolo”, alertando para o facto de o município de Braga pode estar a “tomar decisões sem conhecimento da importância patrimonial e arqueológica”, quer a nível local como nacional.
O presidente destaca a relevância do legado de Bracara Augusta e a existência de um troço preservado de uma Via romana que “seria uma mais valia para o município”.
Entre as recomendações que resultaram da Assembleia Geral, A APA sugere à Direcção Geral do Património Cultural e da própria Câmara Municipal de Braga, “uma maior ponderação sobre o real interesse arqueológico do imóvel antes de avançar com alguma decisão”. Além disso, o presidente frisa que a antiga Fábrica Confiança “é o último reduto arqueológico industrial na cidade de Braga”.
Segundo a “carta de Nizhny Tagil” e os “Principios de Dublin”, aprovados na Assembleia
Geral do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) em Novembro de 2011, as intervenções na Fábrica Confiança devem ser mínimas, de forma a preservar a integridade do imóvel, lembrou ainda o responsável.
Recorde-se que a Comissão Parlamentar de Cultura vai visitar esta segunda-feira, 10 de Dezembro, o edifício da antiga Fábrica Confiança. Já a alienação do imóvel está suspensa desde o mês passado.
Áudio:
O presidente da APA, Marcos Couto, a dar nota das recomendações da associação sobre os passos a dar antes de avançar com a venda do imóvel. APA reforça o valor patrimonial do edifício.
