O outro lado de Vanessa Marques. Dos relvados para a UMinho

Conhecida pelos dotes dentro de campo, no que toca à sua veia goleadora, Vanessa Marques começou uma nova jornada, desta vez no ensino superior. Depois de parar os estudos por um ano, a capitã do SC de Braga atirou-se de cabeça para um novo desafio, a licenciatura em Ciências da Comunicação na Universidade do Minho.
Com o apuramento para o euro, na selecção nacional, a média ofensiva da equipa feminina dos arsenalistas adquiriu o estatuto de atleta de alto rendimento, permitindo uma melhor conciliação entre a prática desportiva e o ensino superior.
“A Universidade do Minho tem excelentes condições para os alunos conseguirem alcançar os seus objectivos”.
Em entrevista à RUM, a atleta arsenalista confessa que sentiu o “bichinho” de pertencer à família da academia minhota muito devido aos dois irmãos que frequentaram a instituição. Vanessa Marques, garante que o Braga também incentiva atletas femininos e masculinos a prosseguir os estudos sendo que o clube conta com vários protocolos com escolas da região.
A jovem não esconde que conciliar desporto com o ensino superior por vezes pode ser exigente. “Treino todos os dias de manhã e como estou a tirar a licenciatura falto aos treinos da tarde. Mais tarde, tenho de compensar esse trabalho de ginásio. É complicado, mas quando se quer realmente uma coisa tudo é possível”.
A jogadora sublinha a grande disponibilidade de professores, funcionários e colegas de curso, “todos no Instituto de Ciências Sociais (ICS) têm mostrado ser bastante prestáveis e disponíveis para me ajudar. O acolhimento é fabuloso”.
Vanessa confessa, aos microfones da RUM, que sempre teve uma paixão especial pela área da comunicação.
Neste momento a equipa das arsenalistas conta com jogadoras dos quatro cantos do mundo, Canadá, Camarões, EUA, Venezuela e Nigéria logo, a comunicação tem sido parte fundamental para “explicar a mística do clube e o que é ser portuguesa”.
No que toca ao pós futebol, “gostava de ingressar pelo jornalismo desportivo”, nomeadamente, numa televisão ou rádio. Uma forma de conjugar as suas duas paixões: o desporto e a comunicação.
“Nunca senti qualquer entrave por ser rapariga e querer jogar futebol. A minha mãe sempre me incentivou”.
Vanessa Marques recorda que o gosto pelo futebol nasceu nas ruas onde começou a jogar com os irmãos e amigos. “A minha primeira equipa foi o Clube Caçadores das Taipas”. Quanto ao número que carrega nas costas, o sete, acompanha-a desde os cinco anos.
Neste momento, abraçou o projecto do futebol feminino do SC Braga. Desta experiência destaca o “ambiente fabuloso de jogar no 1º de Maio”. “As condições que o Braga nos dá são de louvar”, atira. Apesar de, em 2017, ter vencido a Supertaça de Portugal, a capitã das arsenalistas realça como o momento mais marcante na sua carreira a primeira internacionalização pela Selecção Nacional Portuguesa. “É uma grande honra representar o meu país”. Porém, não esconde que um dos seus objectivos passa por jogar num clube estrangeiro.
“Como nasci em França gostava de um dia usar as cores do Lyon, cidade onde nasci, e por onde passou Louisa Nacib”, ídolo da bracarense. Já fora das quatro linhas o seu ídolo é, sem dúvida, “a mãe”.
Com os pés bem assentes na terra a jovem não se apega a objectos ou superstições. Quando entra em campo gosta “de ver a família na bancada” e nesse aspecto sente-se uma “sortuda por ter desde os primeiros toques” que deu na bola este apoio.
“O futebol feminino está a ganhar outra proporção, outra evolução e as pessoas estão cada vez mais interessadas”.
A princesinha do SC Braga, como é apelidada, acredita que as mulheres devem “cuidar de si” para afastar a ideia de que no futebol só há marias-rapazes.
A reportagem de vídeo pode ser vista na página oficial da RUM no Facebook.
