Dia Internacional da Mulher também se celebra em Braga

Braga também vai celebrar o Dia Internacional da Mulher. Esta quarta-feira, pelas 18h, vários partidos políticos e movimentos feministas vão estar na Praça da República, numa concentração, com o objectivo de repensar o significado da celebração de um dia dedicado ao sexo feminino. As celebrações acontecem também na sexta-feira, com um sarau feminista, às 22h, no Juno Café.
Para hoje, o objectivo é chamar à atenção para as iniciativas que desvirtuam o significado da celebração. “Cada vez mais, usa-se este dia para dar continuidade a estereótipos e à opressão relativamente às mulheres”, começou por explicar Liliana Rodrigues à RUM. Uma das responsáveis pela iniciativa dá o exemplo de campanhas de desconto para salões de beleza ou questões associadas. “Lidam com o dia como se fosse algo benéfico, como se fosse um festejo. Um dia em que há por exemplo os jantares das amigas e, de alguma maneira, desvirtuam as lutas que houve a nível nacional e internacional”, compara.
Assim, na concentração, a organização irá entregar uma série de cupões “de desconto”, para recordar a discriminação que ainda existe e os “verdadeiros descontos”, como a desiguldade salarial. “Queremos trazer à discussão o facto de que temos descontos no salário, já que temos menos remuneração ao final do mês”, exemplifica.
Liliana Rodrigues lembra que ainda faz sentido celebrar o Dia Internacional da Mulher já que, apesar de alguns avanços, a “onda de extrema direita” que se tem sentido pelo mundo pode colocar tudo em questão. “É verdade que há um conjunto de leis que vão sendo alcançadas, em Portugal e a nível internacional, que permitem o reconhecimento as mulheres e a outros grupos que são vitimas de discriminação. O que acontece é que a onda de extrema direita que tem assolado alguns países podem trazer alguns retrocessos, lembrando que nada é seguro”, explicou.
Estas iniciativas são organizadas pelo Braga Fora do Armário, pela KRIZO – Educação, Arte e Cidadania, pela União de Mulheres Alternativa e Resposta, pelo Movimento Alternativa Socialista, pelo Bloco de Esquerda e outros ativistas envolvidos.
Na sexta-feira, dia 10, no Juno Café, há um sarau feminista, que inclui a exposição de artes plásticas “Farta de limpar o cu ao patriarcado”, da artista Ophelia, um miniconcerto do ativista Pedro Godinho, a declamação de poemas da autoria de Pétilin Souza, a exibição do documentário “São as bruxas, são as fadas, são os anjos, são as fodas”, do coletivo Dona Inês, e a iniciativa “Entre o Fuso e a Roca”, que visa divulgar estórias de algumas mulheres fiadeiras. As atividades decorrem das 22h00 às 00h30.
