À descoberta do Órgão Ibérico

“Música Mágica” é o nome do concerto que decorre este sábado, pelas 21h30, na Igreja Nossa Senhora da Oliveira, em Guimarães.
O espectáculo resulta de uma residência artística. No início do mês, o pianista Sérgio Bastos e Pedro Oliveira, conhecido pelos alter-egos Ghuna X e Live Low, uniram-se para trabalhar na Igreja Nossa Senhora da Oliveira, em Guimarães. A razão: redescobrir o orgão ibérico, presente no edifício religioso desde o século XIX e reabilitado em 2013. A peça foi encomendada pela associação cultural vimaranense Capivara Azul, que tinha a vontade de recriar o uso prosaico do órgão.
O promotor da Capivara Azul, Samuel Silva, explica como surgiu a ideia: “o órgão é tocado só para música litúrgica e entendemos que era boa ideia propor fazer algo contemporâneo”. O convite da promotora aos dois músicos chegou, assim, naturalmente.
“Lançámos o desafio ao Sérgio Bastos, que entendeu que o Pedro Augusto era o parceiro ideal para o projecto. Eles aceitaram, estiveram a conhecer o órgão ibérico, e pensaram no que poderia ser a peça contemporânea”.
O nome da peça, “Música Mágica”, representa, segundo Samuel Silva, a dicotomia entre “o sagrado e o profano” mas também a ideia de levar “um público mais jovem” ao espectáculo. Além deste cruzamento, a peça tinha o objectivo de reunir um lado formativo. Por isso, a promotora chamou dois jovens vimaranenses a juntarem-se à residência artística: “falámos com o Conservatório de Música de Guimarães e perguntámos quem estava a aprender a tocar órgão e disseram-nos que havia dois, o Francisco Fernandes e a Carole Reis”. Ambos nunca haviam tocado órgão ibérico, o que motivou, mais ainda, o convite. “Interessou-nos também isto, este lado da acessibilidade a um instrumento que é histórico”.
O QUE É QUE SE PODE ESPERAR?
Nunca é tarefa fácil fazer uma descrição de uma peça contemporânea, ainda para mais se se estiver a falar de uma criação original. No entanto, a RUM tentou arrancar de Samuel Silva uma antecipação do espectáculo: “O título do espectáculo é muito ilustrativo. Podemos esperar uma viagem, que pode ser vista de olhos abertos ou fechados. Esperamos que as pessoas se deixem levar durante uma hora e que aproveitem não só o espaço incrível mas também a música que foi composta a pensar na arquitectura da Igreja e no órgão ibérico”.
O espetáculo é de entrada livre e integra o programa de Guimarães, Cidade Natal, promovido pela Câmara Municipal de Guimarães.
Áudio:
Samuel Silva, promotor da Capivara Azul, fala da ideia para a peça, o lado formativo, e o que se pode esperar de “Música Mágica”
