“A floresta que temos não é a floresta que queremos”

“A floresta que temos, não é a floresta que queremos”. Foi com estas palavras que o Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural encerrou o Seminário da Associação Florestal de Portugal (Foresti), intitulado “Floresta, Economia e Cadastro”.

Miguel Freitas deslocou-se esta sexta-feira ao Altice Fórum Braga, onde decorre também a AGRO 2019, para indicar que o sector necessita de uma “mudança” e que a floresta portuguesa que existe neste momento “não é a pretendida”. 

O governante adiantou que a primeira questão passa por alterar a escala da paisagem e, neste tema, o trabalho intermunicipal é “bastante importante”. “A primeira grande questão que temos vindo a colocar está relacionada com a mudança de escala, ou seja, é preciso quebrar barreiras”, frisou o Miguel Freitas, referindo-se, sobretudo, às “barreiras municipais”, entendendo que “os municípios são os grandes protagonistas das florestas”. “Nós queremos mudar a escala da paisagem e o trabalho intermunicipal é bastante importante”, reforçou. 

Outra medida mencionada e que já está em vigor é a “Unidade Minima da Cultura”, que impede a divisão da partilha das propriedades nas heranças e também na reestruturação fundiária, de forma a existirem incentivos aos proprietários para que consigam comprar os terrenos confinantes e contíguos. 

Miguel Freitas abordou ainda uma das questões fundamentais que é “o cadastro” das propriedades. “Temos em curso aquilo que é a necessidade de conhecer o proprietário e a propriedade e, portanto, o cadastro é absolutamente essencial e está neste momento nas mãos da Assembleia da República, de forma a alargar o projecto piloto que iniciamos o ano passado”, vincou.

O Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural mencionou ainda que é necessária uma mudança no “modelo de gestão”, ou seja, olhar para o regime florestal e proceder a algumas alterações como já estão explicítas na nova Lei Orgânica do ICNF.