Bloco de Esquerda pede intervenção do Governo no Grupo Ricon

No início de Dezembro passado, o Grupo Ricon era notícia em Portugal pela entrega de um processo de insolvência ao Tribunal de Famalicão. A indefinição sobre o futuro da empresa arrasta-se há mais de um mês, com os cerca de 800 funcionários que ali trabalham a continuarem sem a garantia da manutenção dos postos de trabalho. Pedro Silva, presidente do Grupo, admitia em 2017 à Associação Têxtil e Vestuário de Portugal que “existiram incursões da Ricon por negócios laterais que não foram muito bem-sucedidas”. Este terá sido um dos principais motivos que fizeram com que a empresa chegasse a um estado de risco de falência.

Os cerca de 50 milhões de euros facturados no ano passado por um dos maiores grupos têxteis do país parece não serem suficientes para dar resposta aos gastos da Ricon. Em causa está uma das empresas do grupo, a Delveste, que tem perto de duas dezenas de lojas Gant em todo o país, e que é responsável por 50% da produção. A situação terá motivado a administração a distribuir um comunicado interno, onde dá conta da situação financeira difícil do grupo e a necessidade de recurso ao processo judicial de insolvência.

O BE quer evitar uma “crise social e económica de grande dimensão para a região”, que resultaria do encerramento da empresa. Através do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e do Ministério da Economia, questiona o Governo sobre a situação do grupo e de que forma é que o organismo tem vindo a acompanhar a situação. A preocupação do Bloco não é nova, mas só agora ganha força na Assembleia da República. Pedro Soares, deputado eleito pelo círculo de Braga, considera necessário que se “tomem medidas, de modo a salvaguardar os direitos dos trabalhadores e a continuidade da produção da empresa”. O deputado sugere que os Ministérios competentes procurem através de intervenção bancária formas de garantir a continuidade da fábrica, mas que para isso terá que haver um acompanhamento pormenorizado de toda a situação”.

Em Famalicão, o novo ano começou com a Assembleia Municipal a aprovar, por unanimidade, uma moção apresentada pelo BE de apoio aos trabalhadores do grupo têxtil. Tal como Pedro Soares, mas nos organismos locais, José Luís Araújo, da delegação do Bloco de Famalicão, terá pedido à câmara municipal, na altura, para que “utilizasse toda a sua influência junto das entidades competentes, de modo a evitar despedimentos e o encerramento da empresa”, alegando que isso “pode ter consequências graves a nível económico e social na região”.

Áudio:

Pedro Soares sobre a preocupação dos trabalhadores da empresa.

Paulo Costa
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