Corais foi à porta da Câmara prometer mudança para Braga

Foi numa tenda com mais de 200 socialistas que Miguel Corais se apresentou oficialmente como candidato do Partido Socialista (PS) à Câmara Municipal de Braga.
A entrada na “sala” deu-se ao lado de Vieira da Silva, Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. Foi, assim, num ambiente de festa que, passados quatro anos, se voltou a tirar a bandeira do armário para a abanar ao som de Vangelis. A chuva que não deu descanso para este que foi assumido como “o pontapé de saída de uma longa jornada” até ao dia 1 de Outubro, data das eleições autárquicas.
No seu discurso, Miguel Corais ancorou-se na ideia de que, em eleições, “não há vitórias nem derrotas antecipadas” e pediu união em torno do PS local. “Vamos sem medo e sem receio. Temos vontade de apresentar ideias”, assumiu o socialista que apontou já algumas metas: “Apostar na educação, cultura, ciência e acção social; Acelerar a internacionalização do concelho e dos seus agentes; Apostar no turismo com uma estratégia fixe os turistas na cidade; Criar novas políticas dirigidas para a juventude; Projectar um concelho onde seja agradável viver de uma forma sustentável e com qualidade urbanística; e modernizar os processos e serviços administrativas do município”.
Críticas a Ricardo Rio marcam discursos carregados de orgulho pelo legado socialista no concelho
Dos quatro discrusos da tarde, uma nota dominante: As críticas a Ricardo Rio e ao executivo que lidera o município.
“Iludiram e continuam a iludir toda a gente. Nada mudaram e o que mudou foi a falta de ambição para alcançar o desenvolvimento que os bracarenses merecem. Os responsáveis prometem hoje o mesmo que em 2013 porque se distraíram a olhar para o passado e viveram o presente apenas com festas e Braga não prepara o seu futuro apenas com festas e foguetórios”, apontou Miguel Corais que deixou o apelo à equipa de Ricardo Rio para que “não prometa aquilo que não conseguiu fazer nos últimos quatro anos”.
Aos bracarenses o apelo foi outro: “Não queiram mais quatro anos de vazio. Escolham uma nova ambição de mudança para Braga”.
Mesquita Machado ouviu elogios e o desejo de Corais em ser diferente
Da plateia da sala, uma nota para as “personalidades” na primeira fila. O lugar de elite foi ocupado por Mesquita Machado. Vítor Sousa, candidato do PS em 2013, não apareceu. O ex-presidente de Câmara presenciou sereno o decorrer dos discursos. Poucas palavras lhe roubaram saudações mais efusivas. Mesquita Machado ouviu elogios “ao património e legado que o PS deixou na cidade”, mas Miguel Corais revelou que “agora há uma nova ambição de fazer mais” e recordou que “não há duas pessoas iguais e por isso a marca, agora, será necessariamente diferente” daquela que Mesquita deixou.
Sem António Costa ou outra figura desejada do elenco socialista nacional, foi Vieira da Silva, histórico do PS, que se disponibilizou para testemunhar o apoio das patentes socialistas ao candidato em Braga. O ministro começou por fazer um “apelo à unidade, convergência e ao trabalho conjunto em torno de Miguel Corais”, lembrando que “o que está em causa em Braga é muito importante”.
Vieira da Silva frisou que o PS “não se alheia da sua história”, e fê-lo olhando directamente para Mesquita Machado. “Não temos vergonha do património que deixamos e temos orgulho no que fizemos em Braga”, rematou.
De Lisboa para Braga chegou, mesmo no timming certo, Joaquim Barreto. Sentou-se e logo de seguido levantou-se para discursar. O presidente da Federação distrital de Braga do PS veio com as palavras estudadas e firmou a certeza de que “os bracarenses serão gratos ao PS no dia 1 de Outubro”. “Os bracarenses têm boa memória. Ao longo destes anos o PS deixou uma marca identitária de um trabalho em favor das pessoas em Braga”.
“Hoje temos um Theatro Circo que serve para os outros fazerem as suas acções, mas quem o recuperou foi o Partido Socialista”
Sobre esse legado, Joaquim Barreto quis destacar três “obras” das quais reclamou paternidade. “O Instituto Ibérico de Nanotecnologia que confere uma abertura para o Mundo que Braga deve ter; A requalificação do Parque Escolar que dotou o município de todas as condições para as suas crianças e gerações futuras; O Theatro Circo, que serve para os outros fazerem as suas acções, mas quem o recuperou foi o Partido Socialista”, apontou, de dedo em riste, o socialista de Cabeceiras de Basto. “O Theatro Circo é nosso” ouvia-se no fundo da sala.
Os discursos do final de tarde iniciaram-se com o líder da Juventude Socialista, José Eduardo Gouveia, que elogiou “a coragem, ambição, transparência e humildade” de Miguel Corais. “A caminhada até à Câmara Municipal é breve e curta”, afirmou o líder da estrutura de juventude que “atacou” as “promessas que o vente levou” de Ricardo Rio. Por isso, José Eduardo Gouveia afirmou que Braga “precisa de ideias, de ambição e de crescer”.
Já Pedro Bacelar Vasconcelos, presidente da Comissão de Honra, lembrou, igualmente, o percurso de Miguel Corais até chegar ao PS. “Conheço o Miguel Corais das causas, dos princípios e que nunca andou à procura de se promover, fazendo tudo com generosidade e humildade e contribuir para a construção de uma cidade mais justa, mais solidária e mais democrática”.
