Altino Bessa garante que “descarga” foi falso alarme

O Rio Este voltou este sábado, 3 de Novembro, a sofrer, alegadamente, uma descarga poluente. A denúncia partiu de um grupo de cidadãos que publicou uma fotografia do acto criminoso nas redes sociais. Contactado pela RUM, o vereador com o pelouro do Ambiente, Altino Bessa, deixou a garantia de que não existiu qualquer descarga poluente no Rio Este.
De acordo com o vereador, as autoridades competentes, nomeadamente o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) e a Agere, estiveram no local e “confirmaram” que “não havia odores e, de acordo com a própria tonalidade, chegaram à conclusão que não seria uma descarga poluente, mas sim uma mobilização de terras”, garantiu Altino Bessa.
A causa pode estar ligada a um furo feito ou uma escavação para pilares ligado à área da construção. Apesar de ter sido falso alarme, o vereador apela à população para que continue “a denunciar casos deste género às entidades competentes”, mas alerta para o facto de que a “anormalidade não pressupõe que, por si só, haja uma descarga poluente”.
“Sabemos que o Rio Este acolhe quase milhares de linhas de água que existem ao longo do seu percurso, qualquer movimentação de terras, abertura de furos ou valas para a construção civil causam essa coloração ao próprio rio”, explicou o autarca.
O vereador lembra que a autarquia “já detectou ao longo destes anos cerca 60 e tal infracções, muitas delas foram resolvidas”. “Detectamos as águas de uma lavandaria e de uma clínica, de um restaurante e de um prédio que tinham as águas da cozinha ligadas às águas pluviais e as situações foram corrigidas”, acrescentou.
Altino Bessa alerta ainda para que os bracarenses que habitam perto do leito do Rio Este peçam a verificação das condutas, porque “é impossível a Câmara Municipal entrar na casa de milhares de pessoas para verificar se as ligações estão correctas”.
“A autarquia promete que vai tomar medidas mas na prática não se passa de lamentações” – Movimento Braga para Todos
Em declarações à RUM a porta-voz do movimento Braga para Todos, Elda Fernandes, afirma que “Braga parou” no que toca a políticas ambientais eficientes. Na óptica da activista, a autarquia não tem demonstrado respostas para esta situação que se tem vindo a arrastar com o tempo. Elda Fernandes recorda que estes actos criminosos têm vindo a ser cada vez mais frequentes, “quase uma descarga por mês”.
A porta-voz garante que o Movimento Braga para Todos vai avançar com uma queixa de modo a apurar responsabilidades junto das autoridades. “A autarquia promete que vai tomar medidas mas na prática não se passa de lamentações”, refere. Além disso, sublinha que são conhecidos os locais mais frequentes em que acontecem as descargas, “o que leva a crer que estas resultam da actividade de empresas da região”. O Movimento pretende ainda que o executivo liderado por Ricardo Rio informe os bracarenses sobre os avanços das queixas anteriormente apresentadas pelo município.
“Talvez o problema seja que o vereador com o pelouro do ambiente esteja sobrecarregado com trabalho”, é a questão levantada por Elda Fernandes, que reforça a premissa de que a cidade dos arcebispos não conta com “uma agenda ambiental”.
Áudio:
Elda Fernandes, do movimento Braga para Todos, e Altino Bessa, vereador do Ambiente, com versões diferentes para o que aconteceu no Rio Este, no sábado.
