TGV em Braga terá de se adequar à estratégia da cidade

Uma passagem do TGV – que ligará as cidades do Porto e Vigo – pela cidade de Braga teria de ser pensada numa lógica regional. A opinião é de Aguinaldo Azevedo, um dos especialistas nacionais na planificação e gestão de projectos de transportes que foi o convidado da iniciativa “Pequeno almoço com…” promovida pelos Transportes Urbanos de Braga (TUB).
O director-geral da SENER Portugal, que participou na implementação de projectos de transportes no Reino Unido, Canadá, Espanha, Estados Unidos, Angola e Portugal, defendeu uma lógica estratégica conjunta e apontou a localização desta paragem, na zona de Ferreiros, como sendo “a possível”.
“Acho que não haveria hipótese de estar noutro sítio, mas parece-me estar num local com possibilidade de expansão. Não digo que está no local ideal porque não fiz esse estudo, mas penso que está num bom local”, afirmou Aguinaldo Azevedo que explicou que esta localização deve estar enquadrada numa estratégia municipal: “Só faz sentido a implementação das estruturas se forem implementadas dentro do princípio de que a localização deve estar enquadrada e obedecer à estratégia da cidade”. “Só assim pode ter êxito”, exclamou.
Aguinaldo Azevedo disse ainda que não há possibilidade de rentabilização desta infra-estrutura se a mesma não for pensada como potenciadora de toda a região. “Num cenário em que a estação de TGV fosse implementada em Braga, faz todo o sentido a cidade assumir-se como um pólo regional”, disse o responsável que considerou que este investimento pode ser “rentabilizado e melhor promovido” se a cidade “encarar o mesmo, não como algo que foi feito em Braga, mas como algo que toda a região poderia aproveitar”.
Estação em Braga com fortes benefícios para a cidade que terá de adequar rede de transportes
O responsável acredita que a instalação desta estação de alta velocidade em Braga irá trazer benefícios consideráveis para a cidade, “não só porque pode promover a desenvolvimento da área circundante da nova estação, mas também porque irá atrair investimento privado, potenciar o desenvolvimento de actividades como o turismo e potenciar a projecção além-fronteiras do pólo universitário”.
O responsável sugeriu que, caso se confirme a instalação da estação de alta velocidade em Braga, a cidade deve “reorganizar o seu sistema de transportes e rever o seu modelo de desenvolvimento para poder aproveitar o potencial que oferece a alta velocidade.
Sobre esta matéria, Teotónio Santos, dos TUB, explicou que a empresa municipal “está aberta ao processo”, sublinhado que a empresa “tem vindo a adequar a sua oferta às necessidades das populações”. “Temos vindo a trabalhar com os cenários actuais. Temos duas estações em Braga (Camionagem e CP) e os TUB têm vindo a trabalhar em colaboração com estas na óptica de melhorar o serviço”, explicou Teotónio Santos.
Apesar deste ser um desígnio nacional, a instalação, em Braga, de uma estação que sirva uma linha de alta velocidade, foi um tema em debate.
