FCT deixa 500 investigadores sem rendimentos

Os investigadores portugueses em situação precária estão desde o dia 17 de Setembro a viver um clima de incerteza nas suas carreiras. 500 investigadores aguardam por respostas da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) que não fechou os contratos ao abrigo do concurso de estímulo ao emprego científico que remontam ao ano de 2017.

O concurso teve início em Dezembro passado, terminou no mês de Fevereiro sendo que os resultados só foram do conhecimento público a 17 de Setembro último. Passou um ano e a situação começa a agravar-se sendo que os casos mais preocupantes dizem respeito aos bolseiros. Não sendo contratos de trabalho, os bolseiros não têm direito a subsídio de desemprego nem qualquer apoio social.

Em declarações à RUM, Marta Matos, da Associação dos Bolseiros de Investigação (ACIB) explica que “a nível pessoal esta situação tem causado grandes transtornos” isto porque “as pessoas não vão assumir outros compromissos”. Em resumo está instalado um clima de incerteza em que a ACIB já tem conhecimento de casos de bolseiros que “estão sem rendimentos”.

A investigadora considera que se trata de uma situação “contraditória”, uma vez que o objectivo principal deste concurso é “estimular o emprego científico”.  “Não podemos estar dois anos para assinar um contrato”, alerta.

Marta Matos sublinha que este não é um acto isolado e que é claro que a FCT “não cumpre com os seus compromissos”. Neste caso, 500 pessoas já contam com o financiamento aprovado mas “não têm perspectivas de assinar contratos”.

Há duas semanas que os investigadores tentam contactar a FCT para obter respostas mas sem sucesso até ao momento. Os investigadores avisam que “não se vão calar” e que a FCT tem de “cumprir com o seu papel e dar uma resposta”.