BE pede “reflexão” sobre alegados abusos no Enterro da Gata

O Bloco de Esquerda (BE) lamentou, em comunicado, o “ruidoso silêncio” dos responsáveis da Universidade do Minho relativamente aos alegados abusos cometidos contra uma estudante universitária, que terá sido filmada seminua durante o Enterro da Gata, sem o seu consentimento. Na resposta, à RUM, Bruno Alcaide, presidente da AAUM, garantiu que a Associação Académica da Universidade do Minho está a aguardar o número do processo para se poder constituir assistente, no sentido de “ajudar na celeridade dos trabalhos”.

À RUM, Paula Nogueira, coordenadora concelhia de Braga do BE, referindo-se também ao alegado abuso decorrido na Queima das Fitas do Porto, diz que se tratam de casos “demasiado graves para o silêncio”. “Configura uma situação de grande indignidade para as pessoas que foram atingidas, independentemente das circunstâncias. Quando uma situação destas acontece no quadro da vida académica, o silêncio é sempre conivente”, criticou.


O Bloco pede ainda uma reflexão profunda à academia sobre situações “de humilhação” das quais a Universidade “não se pode demarcar”. “É importante fazer uma reflexão sobre estes incidentes e outros. Diariamente, continuamos a ver nas ruas da cidade situações de humilhação completamente naturalizadas e a Universidade não se pode demarcar apenas porque acontecem fora do Campus Universitário”.


Paula Nogueira considera inadmissível que os abusos contra as mulheres sejam considerados “naturais”, “numa academia feita por jovens que são o futuro do país”, lamentou.


À RUM, o presidente da AAUM garante que a Associação Académica entrou em contacto com os agentes, no sentido de  recolher informações sobre o sucedido. “Estamos preocupados com a situação. Queremos perceber o que esteve na base deste episódio”, assegurou.

De resto, o representante dos estudantes apela a uma atitude “alerta” nestas situações. “É uma situação que pode acontecer noturos contextos. Aconteceu em ambiente de festa académica e deve ser deixada uma mensagem pelos promotores dos eventos. Toda a gente deve olhar para estes momentos com sentido de alerta para que estas situações não se verifiquem”, afirmou.

Em comunicado, o Bloco de Esquerda de Braga “saúda a tomada de posição do ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, que já veio a público expressar o seu repúdio pelos incidentes ocorridos em Braga e no Porto, e solicitou a intervenção da Inspeção Geral de Educação e Ciência”.


A RUM tentou contactar o reitor da Universidade do Minho não tendo resposta até ao momento.

Mafalda Oliveira
Mafalda Oliveira

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