Mais de mil alunos da UM assinam contra aumento das senhas

Foram mais de mil os alunos do Campus de Gualtar da Universidade do Minho (UM) que subscreveram o abaixo-assinado intitulado “Aumento? Só se for no financiamento”. O número foi revelado esta quarta-feira, no âmbito de um protesto organizado em frente à cantina, em Gualtar, à hora do almoço. Os estudantes da academia minhota aderiram à campanha nacional “15 dias de luta por 15 cêntimos de aumento” no valor da senha, com protestos nos dois campi. O abaixo-assinado será entregue na Assembleia da República.
À RUM, Inês Laranjeira, estudante da UM, fala num protesto que vai além das senhas. “O aumento do preço da senha pode parecer pouco, mas, se somarmos, ao fim de um mês, são mais de 100 euros”, começou por constar. Para a estudante, o valor é “incomportável” para a maioria dos estudantes, “daí haver tantas desistências dos alunos”, disse.
“O Ensino Superior é cada vez mais para elites. A própria Universidade tem aplicado cada vez mais taxas, incluindo a de doutoramento (300€) e as taxas de inscrição e matrículas também são altíssimas”, lamentou a aluna. “Se somarmos tudo, o que falta ao Ensino Superior é mais financiamento”, disse Inês Laranjeira.
Já Ana Ramôa, uma das estudantes responsável pela organização do protesto, lamenta que a Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) não tenha subscrito o abaixo-assinado. “Estamos a sentir que a discussão está a ganhar mais expressão. É bom saber que há possiblidade de discutir isto, quando a AAUM não o faz. É triste não termos ninguém que defenda os nossos direitos”, lamentou.
Quanto à redução do valor do pack de 10 senhas, que passou de 25€ para os 24,50€, as estudantes falam numa “promoção” que “não é suficiente”. “É quase como uma promoção de hipermercado. Compre dez senhas e tenha um desconto de 50 cêntimos. Não é assim que se resolve os problemas dos estudantes”, criticou Ana Ramôa. Inês Laranjeira acrescentou que essa diminuição “só resolve o problema de quem tem dinheiro na hora para comprar o pack. Quem tem que comprar individual paga na mesma mais 15 cêntimos”, lembrou.
As estudantes asseguram que irão marcar presença na próxima Reunião Geral de Alunos (RGA), na próxima sexta-feira, de foram a discutir a falta de financiamento com a AAUM. “Esperamos que não seja apenas uma RGA para discutir as eleições”, disse Ana Ramôa. “Há outros problemas que afectam a Universidade e que têm que ser discutidos. Esperemos que a Associação não se descarte disto por estar a chegar ao fim do mandato”, frisou Inês Laranjeira.
Até ao dia 31 de Outubro, os estudantes vão estar em protesto contra o aumento do preço das senhas da cantina. A campanha nacional é promovida pela Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
