Guimarães quer alargar sistema PAYT a todo o concelho

A Câmara de Guimarães quer alargar o sistema PAYT (pay-as-you-throw) a toda a cidade. O projecto, implementado no Centro Histórico vimaranense, permite aos cidadãos e empresários do Centro Histórico só pagarem o lixo que produzem. Para isso, cada habitação ou comerciante utiliza sacos próprios para a deposição do lixo doméstico. Quantos menos sacos utilizam, menos pagam.

Depois do primeiro ano de implementação, a autarquia pretende estender, ainda este ano, o projecto a várias ruas na zona central da cidade, como a Rua Santo António ou Paio Galvão. No futuro, o objectivo é que todos os vimaranenses usufruam do “pay-as-you-throw”. 

Esta segunda-feira, na apresentação dos resultados do primeiro ano de implementação do PAYT, o autarca Domingos Bragança revelou a vontade de estender o projecto a toda a cidade, “por fases”. “À medida que o projecto foram passando por diversas faeses, e for tendo sucesso, será alargado a todo o concelho. Depende do seu sucesso em cada fase que definimos. Sendo um projecto bom para o centro da cidade, também será para as freguesias”, referiu.


A implementação do sistema de recolha de lixo, pioneiro em Portugal, poderá ainda melhorar as hipóteses de Guimarães na candidatura a Capital Verde Europeia, disse Domingos Bragança.

 

Quando iniciado, o projecto tinha como objectivo diminuir em 15% os resíduos indiferenciados e aumentar em 10% a recolha de recicláveis. Ainda assim, superou as expectativas ao diminuir 34% os resíduos indiferenciados e aumentar em 126% os reutilizáveis. Recorde-se que a média europeia, no primeiro ano de implementação de sistemas PAYT, é de diminuição de 15% dos resíduos domésticos e no aumento de 30% da recolha de recicláveis.

Além disso, entre 2015 e 2016, houve um decréscimo de cerca de 130 toneladas na totalidade do lixo recolhido no Centro Histórico.  Em 2015 foram recolhidas 949 toneladas, sendo que 13% eram recicláveis e 87% indiferenciados. No último ano, os moradores e comerciantes do Centro Histórico depositaram 814 toneladas de lixo, sendo que 34% foram recicláveis e 66% indiferenciados.

Ainda assim, continua a haver alguma resitência ao projecto, como “colocação de sacos não autorizados, colocação de lixo por parte de pessoas do Centro Histórico fora do Centro Histórico, separação incorrecta dos resíduos, e colocações fora do horário”, enumerou o vereador do ambiente Amadeu Portilha. O responsável assegurou que, para que “tudo chegue aos zeros” o caminho “será sempre de sensibilização”.


A autarquia vendeu, em 2016, mais de 38 mil sacos. Houve 78 acções correctivas e advertências verbais e 40 ofícios enviados.

Recorde-se que o PAYT é um sistema tarifário de resíduos que se calcula pela produção de resíduos, não estando indexado ao consumo de água, como é habitual. O sistema penaliza quem produz mais resíduos e beneficia quem recicla. A aquisição dos sacos para resíduos indiferenciados é o valor da tarifa a pagar, utilizando-se o princípio do utilizador pagador.

O sistema é gerido pela VITRUS, a empresa municipal que gere os resíduos urbanos, limpeza e estacionamento público em Guimarães. 

Mafalda Oliveira
Mafalda Oliveira

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