Braga e Guimarães formalizam candidatura inovadora à CCDR-N

Braga e Guimarães formalizaram hoje uma candidatura “inovadora no país” que pretende valorizar uma área de 25 hectares de terreno que une os dois municípios. O projecto envolve pela primeira vez dois concelhos de duas comunidades intermunicipais distintas e visa valorizar o território e o património desta zona do distrito de Braga.
O Programa envolve Santuário do Bom Jesus do Monte, Santuário do Sameiro, Capela de Santa Maria Madalena, Capela de Santa Marta do Leão e povoados castrejos de Santa Marta das Cortiças, Briteiros e Sabroso.
A formalização da candidatura à CCDR-N aconteceu na tarde desta segunda-feira, no Santuário de Santa Maria Madalena da Falperra, um ano e meio depois da manifestação pública desta mesma intenção por parte dos autarcas dos dois concelhos.
Depois da aprovação, as duas autarquias, que já estão a trabalhar em conjunto no projecto, irão aprofundar o levantamento do que está de um lado e do outro, quer no que respeita ao património histórico e religioso, mas olhando de uma forma concreta para o património ambiental. Seara de Sá, vereador com o pelouro do património na Câmara Municipal de Guimarães refere que o projecto vai permitir estudar “como usar o território partilhado que agora vai unir as duas cidades”, com o intuito de “encontrar caminhos inovadores” que resultem num futuro “mais sustentável”.
Por sua vez, Miguel Bandeira, vereador com o pelouro do Património na Câmara Municipal de Braga realça que este programa inter-municipal tem “um conjunto de particularidades”, entre elas a união de duas comunidades intermunicipais. “O trabalho tem vindo a ser repartido pelos técnicos dos dois municípios, um trabalho em que temos muitas expectativas”, disse. Miguel Bandeira apontou ao património e à dimensão religiosa “um papel determinante de atractividade da região”, referindo que o projecto estará também atento à dimensão ambiental, sobretudo tendo em conta o incêndio de Outubro passado, que afectou os dois concelhos.
A linha divisória que agora une os dois municípios e afasta rivalidades
O autarca de Guimarães, Domingos Bragança defende que o Santuário de Santa Maria Madalena da Falperra é “uma linha divisória”, mas que desencadeou “todos os motivos” para fomentar esta união entre os dois municípios.
Já o autarca de Braga, Ricardo Rio, afirma que os dois concelhos “têm muito a ganhar com o trabalho em conjunto” apontando esta como a iniciativa “mais visível do trabalho em conjunto” que as duas autarquias têm procurado desenvolver.
A assinatura do protocolo de candidatura contou com a presença de Cristina Guimarães, da CCDR-N, que destacou a originalidade do projecto. “O nível intermunicipal não tem sido utilizado no ordenamento do território em Portugal e, por isso, esta iniciativa será acarinhada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte como o primeiro programa intermunicipal do país”, disse aquela responsável.
Por enquanto ainda não existe um orçamento para o desenvolvimento deste projecto conjunto que aguarda agora pelo parecer à comissão de coordenação e posterior envio à secretária de Estado do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza.
Áudio:
Seara de Sá (CMG), Miguel Bandeira (CMB), Domingos Bragança (CMG), Ricardo Rio (CMB) e Cristina Guimarães (CCDR-N)
