Marcelo exige ao próximo Governo “aposta reforçada no digital e na indústria”

Marcelo Rebelo de Sousa fala de “um país a várias velocidades” no que concerne à era digital. A propósito da Conferência Internacional da Inovação, organizada pela COTEC Portugal, que decorreu esta segunda-feira em Vila Nova de Famalicão, o Presidente da República referiu que é necessário haver “uma aposta reforçada no digital e na indústria”.
O chefe de Estado exige ao Governo que vai estar à frente do país na próxima legislatura uma maior atenção em relação à questão da inovação no digital. “É um país a várias velocidades. Temos cidadãos que esperam muito tempo para, através do digital, obterem documentação básica e temos depois laboratórios e centros académicos muito avançados”, exemplifica.
Referindo que é necessário haver “uma aposta privada e pública” no sector da indústria, Marcelo Rebelo de Sousa, que é também presidente honorário da COTEC Portugal, considera fundamental “criar mais condições para reter os talentos em Portugal”, evitando a emigração, e “atrair quem vem de fora”. “Precisamos de mais gente qualificada: nossa e estrangeira”, afirma.
Na 16ª edição da Conferência Internacional da Inovação, um dos temas em destaque foi a denominada “quarta revolução industrial”, a Indústria 4.0 . Isabel Furtado, presidente da COTEC Portugal – Associação Empresarial para a Inovação, adianta que “apenas um quarto das empresas está preparado para a quarta revolução industrial” e alerta para a necessidade de “novas qualificações” dos profissionais da área e de “formação dos mais jovens”, atendendo às tendências atuais do mercado. “A indústria 4.0 vai alterar muito a forma como se trabalha. No centro desta realidade está a aprendizagem”, refere.
Aderindo à ideia de Marcelo Rebelo de Sousa de que Portugal “anda a dois passos diferentes, com assimetrias grandes”, a presidente da COTEC Portugal considera que “há muito caminho a percorrer”. Caso as entidades não o façam, no seu entender, há o risco de as empresas “perderem o comboio”, o que pode ser o fim de linha para algumas. “As mudanças são rápidas, extremamente abrangentes e vão ser de grande alcance. As empresas têm mesmo de estar preparadas, senão vão perder o comboio. Perder o comboio no que se refere a competitividade industrial é realmente levar-nos à extinção”, conclui.
Durante esta segunda-feira, na Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão, mais de 700 participantes e cerca de 30 oradores, divididos por nove sessões, debateram as principais tendências da inovação tecnológica na era 4.0.
TBG
