2019 foi o ano do reconhecimento ao trabalho da ADOLESCERE

A ADOLESCERE, Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente, comemora no próximo dia 9 de Novembro o 4º aniversário com um jantar solidário cuja verba reverte para a Casa Sorriso, ainda em processo de requalificação.
A associação bracarense surgiu em 2015 com o objectivo de acompanhar crianças e adolescentes vulneráveis ao risco social, com ou sem retaguarda familiar. Desde a sua fundação, em 2015, já acompanhou mais de trinta famílias.
Carla Fernandes, fundadora, assume que 2019 “tem sido um ano de reconhecimento do trabalho efectuado” com o “tão desejado reconhecimento como IPSS”, além do licenciamento do Centro de Atendimento Familiar e Aconselhamento Parental.
O projecto Casa Sorriso permitiu também à associação vencer o prémio ‘Infância 2019’ pelo BPI. O financiamento de 40 mil euros é essencial, mas apenas o ponto de partida para “requalificar e adaptar a antiga escola primária de Santa Lucrécia”. O futuro espaço “receberá crianças dos 3 aos 12 anos, oriundas de famílias com horários de trabalho atípicos, nomeadamente crianças que são expostas ao abandono e absentismo escolar porque acompanham os seus pais, muitas vezes vendedores ambulantes, para as feiras” ou que então “ficam em casa sozinhas, aos cuidados de irmãos mais velhos que continuam a ser menores e sem capacidade para cuidar”, explica a responsável em declarações à RUM.
Entre as missões da ADOLESCERE surgem também o acompanhamento psicológico, além da mediação familiar e apoio jurídico, tudo a título “gratuito”. Algumas famílias “não têm possibilidade de se aconselhar ao nível jurídico, no âmbito da relação das responsabilidades parentais e da divisão de bens. Apostamos muito nesta área, trabalhamos com dois advogados que nos apoiam gratuitamente”, revelou. Além deste acompanhamento, a ADOLESCERE realiza campanhas para ajudar famílias sem apoio para a maternidade.
Trabalho 100% voluntário desde 2015
Apesar de ter sido reconhecida como IPSS em Março deste ano, a ADOLESCERE conta apenas com voluntários, por enquanto. Há assistentes sociais, mediadores, psicólogos e advogados que trabalham de acordo com a disponibilidade de cada um. Ainda em Dezembro será criado o primeiro posto de trabalho, mas o objectivo, a curto prazo, é a aprovação do acordo de cooperação com a Segurança Social para o Centro de Acolhimento Familiar e Aconselhamento Parental. “Aí teremos a possibilidade de contratar a equipa técnica para esta resposta”, revelou Carla Fernandes.
Inscrições para jantar solidário abertas até ao meio-dia de sexta-feira
Sábado, o jantar solidário que já tem assegurada a presença de 100 pessoas, visa “sensibilizar a comunidade para o que tem sido feito, assim como apoiar a Casa Sorriso”, uma vez que o prémio do BPI “não é suficiente para desenvolver a resposta”. “Convidamos a comunidade a apoiar com obras ou com uma contribuição monetária”, desafiou aquela responsável.
Na mesma noite será homenageada Mariana Pedregal, que doou o espaço do centro ADOLESCERE, no shopping de Santa Cruz.
As inscrições para o jantar, cujo valor é de trinta euros, podem ser feitas até ao meio-dia de sexta-feira. A verba reverte para a Casa Sorriso.
