A pop e a irreverência de Carlos, por Paião

Paião actua esta sexta-feira (21h30) no Theatro Circo. Paião é uma superbanda de tributo a Carlos Paião, constituída por membros de bandas como Mesa (João Pedro Coimbra), Os Azeitonas (Marlon) ou Virgem Suta (Nuno Figueiredo e Jorge Benvinda).
Surgiu em 2018, a propósito de um convite feito a João Pedro Coimbra e Nuno Figueiredo para apresentarem um medley de 10 minutos dos temas mais conhecidos de Carlos Paião no Festival da Canção. “Depois do convite, eu e o Nuno começámos a triagem dos temas que fariam parte do alinhamento e chegámos à conclusão que iam ficar de fora muitas das canções que entretanto pegámos”, revela João Pedro Coimbra, homem responsável pelos sintetizadores da superbanda.
As canções que ficaram de fora do medley serviram de pretexto para a edição do disco Paião, editado em Novembro passado e que inclui 10 reinterpretações de temas do artista. Com novos arranjos e uma roupagem “transversal a todas as gerações”, como esclarece João Pedro, a edição integra as famosas Pó de Arroz, Cinderela ou Playback mas também as menos conhecidas como Zero a Zero ou Não há duas sem três.
A intenção da superbanda foi a de mostrar o lado mais irreverente de um artista lembrado pela pop. “Eu não sabia mas, depois de ouvir outros temas, descobri que ele tinha um lado meio esquizofrénico. Ele é capaz de fazer música pop mas também estranha”. O domínio menos convencional de Paião tem, revela João Pedro, influências de artistas como Kraftwerk ou New Order. “Nem eu sabia dessas influências; na Zero a Zero, por exemplo, a introdução é completamente Kraftwerk”. A homenagem a Paião serve, mais do que apresentar o já muito explorado repertório do artista, para “buscar canções que não foram singles óbvios”.
Resposta do público tem sido positiva
Carlos Paião é um dos artistas mais acarinhados do público português e reinterpretar os seus temas pode ser tarefa delicada.
João Pedro Coimbra garante a banda conseguiu “mexer nas canções sem as estragar”. “As canções estão lá na mesma mas de modo diferente e para nós era esse o grande objectivo: não queríamos fazer um álbum de versões do Carlos Paião, queríamos sim reinterpretar a obra dele sem estragar os originais”. A avaliar pela resposta do público, diz, “isso foi conseguido”. “A última coisa que queríamos era destruir o seu legado!”.
A banda editou o disco homónimo em Novembro e desde aí tem percorrido o país. Esta sexta-feira Paião actua no Theatro Circo. Os bilhetes podem ser adquiridos aqui.
Áudio:
João Pedro Coimbra revela um lado menos explorado de Carlos Paião
