Ainda há muitas famílias em incumprimento na Bragahabit

A taxa de incumprimento das rendas na Bragahabit está ainda acima dos objectivos da administração da empresa municipal, apesar de nos últimos seis anos ter descido de 72% para cerca de 20%.
A renda média na Bragahabit ronda os 60 euros. Os valores variam entre os 20 e os 244 euros. Apesar disso, muitas famílias continuam a usufruir das habitações sem pagar. Vítor Esperança, administrador da empresa municipal, reconhece que a cobrança de rendas “é muito difícil”.
“Quando tomei posse estava em cerca de 76% e fizémos um esforço muito grande em renegociar tudo com as famílias para que pagassem em prestações em dez anos, sempre negociada e compatível com as suas posses”, recordou. A negociação permitiu uma redução para cerca de 20% da taxa de incumprimento, valor que “mesmo assim é muito elevado”, assume.
Incumprimento voltou a subir com anúncio de obras de reabilitação
Nos últimos dois anos, nota Vítor Esperança, a par do anúncio da requalificação dos bairros sociais, a taxa de incumprimento voltou a subir. Uma mudança que levou a empresa a “falar directamente e individualmente com todas as famílias” alertando para “a necessidade de cumprirem com as suas obrigações”, caso contrário “terão dificuldades em ocupar as casas” que a empresa municipal está a reabilitar.
Vítor Esperança lembrou os beneficiários da Bragahabit que a reabilitação dos bairros sociais não vai implicar qualquer alteração ao valor das rendas cobradas actualmente, até porque as rendas são calculadas “em função dos rendimentos corrigidos do agregado” e não a localização, lembrando que há, por exemplo, “habitações no centro histórico e nas principais avenidas da cidade”.
Os casos mais graves de incumprimento na Bragahabit rondam os dois a três mil euros, ainda que se registem “alguns casos” de dívidas de cinco a seis mil euros.
Reabilitação dos bairros determinante para baixar taxa de incumprimento
O rácio ideal de incumprimento nos bairros sociais de Braga seria os 3%, admite Vítor Esperança que acredita que depois desta reabilitação dos bairros sociais haja uma recuperação significativa. Admitindo que o ideal era que não houvesse incumprimento “por atitude comportamental”, o administrador da empresa municipal acredita que com melhores condições as pessoas possam sentir-se mais motivadas a cumprir com as suas obrigações.
Áudio:
Vítor Esperança, administrador da Bragahabit
