António Melo vai continuar a dirigir a APPACDM de Braga

António Melo decidiu recandidatar-se à presidência da APPACDM de Braga. As eleições estão agendadas para o próximo sábado, dia 9 de Março, e o professor universitário é o único candidato ao cargo. 


Assumiu pela primeira vez a presidência da associação em 2006, mas em 2011 foi afastado do cargo sendo acusado de má gestão por parte de um grupo de pais de utentes. Mais tarde, em 2017 era provada a sua inocência e regressou ao cargo para finalizar o mandato. 


Há um ano dizia que não se iria recandidatar, mas acabou por fazê-lo. Em entrevista ao programa Campus Verbal, ontem à noite na RUM, António Melo explicou que “o que mudou foi o apoio sentido das pessoas e uma insistência muito forte da parte dos colaboradores”. “Connosco abriram-se portas e abriu-se, sobretudo, a esperança e a possibilidade de regularização da vida associativa porque é muito necessário que se ultrapasse, que se feche a porta e que se olhe para o futuro”, acrescenta António Melo, que diz ter uma equipa preocupada em “construir um futuro tranquilo e aberto para todos”.

Compromissos para novo mandato


Pagar os salários em atraso a todos os colaboradores é uma das promessas da equipa de António Melo que quer apostar na especialização dos trabalhadores através de formação específica.

A equipa de António Melo prepara-se para aumentar o número de acordos de cooperação nos CAO’S de Gualtar e Lomar e vai avançar para a construção do complexo de Esposende. Em Fraião será iniciado um estudo para a renovação das instalações.

Já em Gualtar, o objectivo é manter todos os jovens realizando as obras de requalificação e ampliação através do projecto já submetido ao Norte 2020.

Lomar também deverá ver a sua capacidade alargada. Em Famalicão está prevista uma intervenção no espaço exterior e em Vila Verde será retomado o projecto para a construção de novas instalações.

Alberto Sousa assumiu presidência entre 2011 e 2017

Entre 2011 e 2017 a presidência foi assumida por Alberto Sousa, que neste acto eleitoral não se manifestou interessado em recandidatar. António Melo refere que a equipa que esteve em funções na sua ausência não conseguiu reunir apoios. “Não encontraram pessoas disponíveis e que acreditassem no projecto que eles propunham”, disse. António Melo considera ainda que o “momento de viragem” em todo este processo foi a candidatura bem sucedida ao Norte 2020, elaborada em dois meses pela sua equipa, e que “possibilita a requalificação do CAO de Gualtar, colocando a instituição dentro da lei, uma vez que há mais de vinte jovens sem acordo de cooperação e as instalações estão neste momento em sobrelotação”.


Instituição recebia 370 mil euros, o corte do Estado foi de 250 mil euros


António Melo aproveitou para esclarecer ainda os constrangimentos financeiros da APPACDM de Braga, que ficou, em 2011, sem dinheiro para pagar salários aos funcionários, uma dívida que está ainda em atraso mas que integra a lista de compromissos da candidatura de Melo à presidência. “O Governo, na altura de José Socrates, começou a cortar e fomos atingidos por esses cortes, concretamente pela educação especial. A Associação recebia por ano 370 mil euros, o corte andou à volta de 250 mil euros. Depois, com a entrada do Governo PSD/CDS também se recusou a financiar, mantendo o corte”, recordou. ” A Associação deixou de ter dinheiro para pagar salários”, lamentou.

“Não havia dinheiro, neste momento há porque foram conseguidos novos acordos em Famalicão e em Lomar”, explicou.

Situação financeira corrente está equilibrada


Neste momento a situação financeira corrente “está equilibrada”, dentro dos possíveis. Em Janeiro houve uma “nova surpresa”, a necessidade de iniciar o pagamento ao IEFP, que no registo das contas estava em 370 mil euros, mas desde 2013 até hoje cresceu mais cerca de 90 mil euros, o que foi “uma grande surpresa”, admitiu António Melo.

Em Março cai a primeira prestação mensal de sete mil euros, o que está a preocupar a actual gestão. “Para suprir isto,  já temos a aprovação do centro distrital da Segurança Social relativamente ao Lar de S. José de S. Lázaro para mais sete acordos. Estamos a ultimar o projecto de arquitectura com o apoio da CMB. Até meados de Março estará pronto e é o que nos irá permitir continuar a manter o equilíbrio das contas”, especificou.

Passivo ultrapassa o milhão de euros


Em 2011, António Melo chegou a anunciar o despedimento colectivo, situação que a acabou por ser travada pelo CESP. Ainda assim, já com a direcção presidida por Alberto Sousa despediu “cerca de trinta pessoas, algo de que não se falou muito”, atirou. Ainda assim, Melo lembrou que a anterior direcção teve um apoio para que a situação não fosse pior.

Quanto ao passivo da Associação ronda o milhão de euros. Cerca de 500 mil euros ao IEFP, 300 mil euros de salários em atraso aos trabalhadores, e entre 150 a 200 mil euros a fornecedores.

Áudio:

António Melo, presidente e recandidato explica motivações para continuar e recorda mau momento da associação

Elsa Moura
Elsa Moura

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