Arruada do dia foi pelo clima, com cartões e “sem” bandeiras

Braga foi esta manhã palco de uma arruada, mas apartidária. No último dia de campanha para as eleições europeias os estudantes foram os primeiros a cruzar as ruas do centro da cidade para exigir aos políticos mais acção e medidas efectivas que os comprometam com uma luta, que dizem, “é de todos”. 


Mais de duzentos e cinquenta estudantes do concelho de Braga aderiram à greve climática estudantil e fizeram-se ouvir, pelo menos pode onde passaram. Depois de uma concentração na Avenida da República, seguiram em marcha até à Praça do Município com gritos de ordem. “A costa a desaparecer e o António não quer saber”, “deixa passar sou activista e o Planeta vou salvar”, ou “estudantes unidos, jamais serão vencidos” foram algumas das palavras ouvidas na ‘arruada’ que terminou em frente ao edifício da Câmara Municipal de Braga.


Em Braga, Bernardo Almeida, 18 anos, estudante da Escola Secundária Alberto Sampaio é o porta-voz do movimento. O jovem refere que é preciso exigir uma luta pela implementação de medidas que salvem o Planeta, condenando a “inacção governamental face à crise climática que está a ocorrer no Mundo”. O aviso é curto e directo: “os estudantes têm o seu futuro em causa”. Entre outras medidas, exigem ao Governo a neutralidade carbónica até 2030, uma maior utilização de energias renováveis na produção de energia eléctrica e o encerramento de indústrias poluidoras como a central de Sines”.


É  a segunda greve climática estudantil em 2019. Com uma participação “satisfatória”, o jovem reconhece que “a maior parte de professores e directores apoia esta acção” ainda que muitos estejam limitados por “burocracias” que os impedem de apoiar activa e publicamente estes jovens. 

Além dos estudantes do ensino secundário, a esta greve juntaram-se várias dezenas de alunos da UMinho, entre eles Carlos Machado, de Relações Internacionais. Aos 30 anos, diz que se arrepende de não ter feito o suficiente, admirando por isso a luta que pertence aos estudantes do ensino secundário, mas a que ninguém pode ficar indiferente.

Teresa Amorim, estudante do curso de Criminologia e Justiça Criminal afirma que é preciso agir, lamentando que os cidadãos só se venham a preocupar quando não houver oportunidade para salvar a Terra. “Dez anos passa a voar e em breve Braga pode ser uma cidade costeira, o que não é bom para ninguém. É triste porque as pessoas só se sensibilizam para estas causas quando a causa já está à porta, quando saem de casa e estão a pisar água porque a cidade já está inundada ou porque já não há comida ou recursos para serem explorados. É simplesmente triste”, desabafa.

Estão previstas acções dos jovens em mais de 1.600 cidades de 119 países. Por todo o país, jovens de mais de cinquenta concelhos uniram-se alertando para esta problemática nas praças centrais dos respectivos municípios.

O protesto, o segundo deste ano, serve para alertar os governos para a necessidade de tomarem medidas concretas para se limitarem a emissão de gases com efeito de estufa, que, segundo os cientistas de todo o mundo, estão a provocar alterações drásticas, graves e rápidas no clima da Terra.

A greve climática estudantil é inspirada na sueca Greta Thunberg, de 16 anos, que no ano passado iniciou um boicote às aulas para exigir do parlamento da Suécia acções urgentes para travar as alterações climáticos, um protesto que rapidamente se replicou por todo o mundo.

Áudio:

Reportagem na greve estudantil climática em Braga

Elsa Moura
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