As contas da CMB em discussão no Praça do Município

Num ano em que a dívida da Câmara Municipal de Braga (CMB) a curto prazo aumentou cerca de 20 milhões de euros, os comentadores de esquerda do programa Praça do Município não pouparam nas críticas à gestão da coligação Juntos por Braga. Este sábado, os comentadores manifestaram preocupações face aos números conhecidos, levantando questões sobre a actuação do executivo municipal liderado por Ricardo Rio.
Carlos Almeida, também vereador da CDU, acusou a maioria na CMB de ter um discurso “contraditório” sobre a gestão financeira face ao relatório de contas conhecido. O comunista referiu que se assiste “sistematicamente a uma conversa de poupança, redução da dívida, uma conversa de eficiência na gestão do município”, contrariando o que revela o documento de 2018. Num só ano, a dívida a curto prazo aumentou cerca de 20 milhões de euros, o que “tem um impacto muito significativo nas contas do município e revela a queixa muito generalizada por parte dos fornecedores, de atrasos muito significativos no pagamento dos serviços que prestam à CMB”, avisou.
Carlos Almeida foi mais longe e afirmou que seis anos depois de chegar à CMB “já não faz sentido” ouvir as queixas recorrentes de Ricardo Rio sobre as dívidas e surpresas do passado.
Carlos Neves, comentador centrista, admitiu que o aumento da dívida a curto prazo “não é um bom indicador”, mas saiu em defesa da gestão do presidente da autarquia. “O certo é que decorre de várias circunstâncias, algumas delas extraordinárias”, nomeadamente a questão relacionada com o estádio do SCB, e a questão da SGEB, o que “limita a gestão para executar despesa corrente como para gestão para executar despesa de investimento”, justificou.
Jorge Cruz discordou da análise de Carlos Neves, referindo que o que os números mostram é que “os fornecedores estão a financiar a CMB” que continua com muitas contas por pagar a juntas de freguesia, fornecedores e outras entidades. “A situação não é a melhor, é preocupante. Em termos de tesouraria as coisas não estavam nada famosas, bem pelo contrário”, começou por dizer, dando nota que “a liquidez imediata era de 0,06 e a liquidez geral era de 0,49, desceu drasticamente enquanto o endividamento subiu bastante (cerca de 10%)”, alertou.
Áudio:
Carlos Almeida, Carlos Neves e Jorge Cruz
