Asaf Avidan. Quando a música é uma catarse emocional

Esta sexta-feira o artista israelita Asaf Avidan apresenta-se no Theatro Circo. Pela primeira vez em Portugal, o artista reconhecido por muitos graças à música “Reckoning Song”, vem a Braga apresentar o seu mais recente trabalho “The Study on Falling”. Antigo membro da banda de suporte para artistas como Bob Dylan, Ben Harper ou Lou Reed, o músico irá apresentar o sexto álbum da sua carreira.
“The Study on Falling” é sobre uma relação poligâmica, contou o artista, em entrevista à RUM. “O que me impulsionou a escrever este álbum foi uma relação que tive com duas mulheres. Foi a primeira vez que experimentei uma forma de amor pelo ser humano que não correspondia à “norma””, explicou.
Desta forma, o álbum é dedicado à “Green” e à “Blue”, mas, na verdade, “o disco é maioritariamente sobre a ideia de arriscares e deixares-te levar por uma ligação a outro ser humano”. “É sobre as dificuldades e a beleza intensa que é conectar-se com outras pessoas”, revelou.
O disco foi produzido por Mark Howard – produtor de discos como os “Time Out Of Mind” de Bob Dylan e “Orphans” de Tom Waits. O músico revelou que este “tem uma forma de trabalhar muito encantadora, romântica, old school e bonita”. Aliás, Asaf “nunca mais” quer gravar um álbum de outra forma. “A maneira como aborda a gravação é bastante relaxada. Ele nunca grava dentro de um estúdio. Deixa o artista escolher um lugar, nem que seja num aeroporto ou, por exemplo, num velho celeiro, como fez com o Tom Waits. Eu escolhi uma vila em frente ao mar, porque amo o oceano. Leva todos os músicos para uma sala, nunca os separando”, explicou. “E é assim que a música deve ser gravada”, o que nem sempre é possível, devido ao orçamento, admitiu.
Nascido em Israel, Asaf já viveu na Jamaica e nos Estados Unidos da América e vive actualmente em Itália. O músico explicou como apareceu a música na sua vida, já aos 26 anos. “Foi natural, mas muito repentino e surpreendente. Eu achava que iria ser era realizador. Estudei cinema e animação e previ a minha vida à volta disso. Depois, devido a um momento traumático na minha vida pessoal – o final de uma relação – tudo mudou”.
Para Asaf, a música apareceu como uma forma de “deixar sair” um estado de emocional muito confuso, como uma catarse. “Foi uma forma de lidar melhor com a situação” e “continua a ser”.
Os bilhetes custam 15 euros ou metade para quem tem cartão quadrilátero.
Áudio:
Asaf Avidan em entrevista à RUM
