Bastaram duas horas para fechar parque canino das Lameiras

O parque canino das Lameiras, em Nogueiró, vai encerrar, “de um dia para o outro, sem aviso prévio”. O espaço é utilizado, diariamente, por dezenas de pessoas que chegam de diferentes freguesias de Braga. Esta manhã, os utilizadores foram surpreendidos com a presença de funcionários da Câmara Municipal, que estiveram no local para retirar alguns dos equipamentos pertencentes ao parque.
Ana Sofia Rocha é uma das vozes da contestação. Esta manhã, à imagem de tantas outras, foi ao parque para passear os cães. É hábito fazê-lo desde que o parque abriu, em Março de 2017. Quando chegou só teve tempo para ver uma viatura sair com parte dos elementos que faziam o espaço. Situação estranha que acontece “devido a pressões e de influência de um vizinho que trabalha no município”.
“Em tempos fomos avisados de que haveria um morador a tentar que o parque fechasse. Não demos crédito a isso, mas a verdade é que conseguiu. Estamos a falar de uma pessoa insatisfeita contra centenas de outras que utilizam o espaço”, revela.
O fechar de portas acontece 24 horas antes de uma reunião agendada entre os utilizadores do parque e o pelouro do ambiente da câmara municipal. A reunião mantém-se e é, “cada vez mais, necessária”. Se há uns dias o tema central da reunião seria o futuro do parque hoje as prioridades são outras. Um grupo de utilizadores quer que o vereador do Ambiente, Altino Bessa explique o motivo que levou ao fecho do espaço.
“O presidente da Junta de Freguesia mandou vir cá uma empresa certificada de ruído que deu conta de que tudo está dentro da lei; A veterinária da câmara veio cá para ver as condições de higiene e deu o “ok”; A GNR também se pronunciou a favor do parque”, enumera Ana Sofia Rocha.
Depois do Governo ter validado a entrada de animais de estimação em restaurantes e de ter destacado 500 mil euros para a campanha de esterilização animal, Ana Sofia Rocha vê na medida da câmara municipal um retrocesso no apoio aos animais. “O presidente está a ir contra os avanços que têm sido feitos em Portugal”.
Na base da decisão da Câmara Municipal terão estado algumas queixas apresentadas por moradores. Altino Bessa recua a Março de 2017, data em que o parque abriu ao público, para referir que, desde essa altura, os moradores estão descontentes com o “barulho que dura até muito tarde”. “Não percebo a contestação. Os utilizadores vão ter à disposição outro parque -junto ao INL- onde podem ir com os animais”, refere.
Áudio:
Ana Sofia Rocha critica postura da autarquia bracarense.
