Baterias ainda não permitem um dia inteiro de viagens

Os seis primeiros autocarros eléctricos dos Transportes Urbanos de Braga (TUB) vão entrar em funcionamento diário na próxima semana, mas o número de viagens entre os dois trajectos que irão percorrer não permitirá, por enquanto, que todas essas viagens sejam realizadas com viaturas não poluentes. Tratam-se de duas linhas que transportam anualmente mais de um milhão de pessoas.

Durante a emissão especial da RUM na manhã de ontem, em directo a bordo de uma viatura eléctrica em circulação, o administrador dos TUB sublinhou que em causa estão as duas das principais linhas da cidade, que transportam mais de um milhão de pessoas por ano. “Ambas as linhas têm frequência de quinze minutos”. Três das viaturas ficarão designadas para uma linha e outras três para outra. As baterias fazem apenas 140Km, não permitindo, por isso, “fazer o dia todo de trabalho”, justifica o administrador da empresa municipal.

A empresa conta já com seis carregadores, mas é necessária ainda mais logística para substituições e recarregamentos. Teotónio Santos lembra que as baterias com mais capacidade tinham muito mais peso, limitando muito os lugares a bordo. “O autocarro, entre lotação de passageiros e o próprio peso do autocarro, não pode ultrapassar as 19 toneladas e meia, portanto, para ter uma bateria com muito mais capacidade, implicava uma redução muito significativa”, explicou aquele responsável.

Ainda assim, o administrador da TUB sublinha que as baterias “estão a evoluir muito” e o grande desafio das empresas que produzem é “ter uma bateria que pese sensivelmente o mesmo, mas que tenha muito mais capacidade”.

Recorde-se que a empresa municipal está a preparar a candidatura para mais trinta veículos, eléctricos e a gás comprimido ao POSEUR. Cada autocarro eléctrico custa cerca de 400 mil euros, o governo comparticipa, por enquanto, com quase 50% deste valor.

Entretanto, desde quarta feira e até amanha, os TUB eléctricos estão a realizar viagens experimentais e gratuitas pela cidade, com arranque na Avenida Central.

Áudio:

Teotónio Santos lembra que as baterias com mais capacidade são agora o grande desafio das empresas

Elsa Moura
Elsa Moura

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