BE condena “posição desajustada” do Ministro da Saúde

O deputado do Bloco de Esquerda, Pedro Soares, considera “desajustada” a posição do Ministro da Saúde face às reivindicações dos enfermeiros.
Esta quarta-feira, em reunião com delegadas sindicais, o deputado bloquista eleito pelo círculo de Braga mostrou-se solidário com a luta dos enfermeiros portugueses e prometeu atenção, na Assembleia da República, a este assunto. Pedro Soares afirma que não compreende a atitude do Ministério neste caso e mostra-se “preocupado com a atitude do Governo, em particular do Ministro da Saúde, que tem tido uma postura desajustada face a uma classe de pessoas com enorme responsabilidade e que não merece ser tratada como foi”.
O deputado bloquista deixou a garantia que o assunto será debatido em plenário e na especialidade na Assembleia da República (AR): “É evidente que o assunto vai ser tratado na AR e o Bloco de Esquerda vai tomar a posição que tem assumido, que é a de que Governo tem de ter abertura para negociar e para, dentro das possibilidades orçamentais, prever uma evolução em termos de carreira para estes profissionais”.
Pedro Soares reuniu na sede do Bloco de Esquerda de Braga com as delegadas sindicais, e esteve ladeado da candidata bloquista à Câmara Municipal de Braga, Paula Nogueira.
Enfermeiros aplaudem apoio do BE
Do lado dos enfermeiros, Gorete Pimentel, mostrou-se “muito satisfeita” pelo apoio demonstrado pelo Bloco de Esquerda, explicando que “até agora os enfermeiros sentiam-se abandonados por tudo e por todos”.
Sobre a greve que vai no seu terceiro dia, a enfermeira explica que a mesma se assume como sendo um “fim de linha, depois de tantos anos a empatar”.
“Pedimos perdão aos utentes, mas foi a última forma que encontramos para que nos ouvissem. Se querem um Sistema Nacional de Saúde, também os enfermeiros têm de estar saudáveis”, considerou.
Já a enfermeira Vera Antunes promete intensificar as formas de luta mesmo depois desta paralisação, revelando que “os enfermeiros vão continuar em greve e, não existindo acordo, a luta vai ser mais forte”.
No Hospital de Braga, garantem os sindicatos, “há serviços onde a paralisação ronda os 50%”, mas reafirmam que a adesão, quase na totalidade dos serviços, “ronda os 100%”, apesar dos serviços mínimos garantidos. Nas consultas externas a adesão é mínima “porque os trabalhadores ficam em casa sem receber”, mas com todas as áreas somadas, os sindicatos apontam para uma “média a rondar os 85%”.
Recorde-se estes profissionais de saúde continuam em greve para exigir a valorização da classe, a introdução da categoria de especialista na carreira de enfermagem, a actualização gradual dos salários e as 35 horas de trabalho para todos os enfermeiros e enfermeiras.
