BE Guimarães questiona atraso na redução do preço dos passes

“Para Guimarães temos uma comparticipação da Comunidade Intermunicipal na ordem do meio milhão de euros e vamos despender esse valor para a redução de tarifários, também tendo em conta o intermodal ferroviário. Já é uma medida que eu aprovei para ser levada a reunião de câmara”. Foi assim que Domingos Bragança, presidente da Câmara de Guimarães, se pronunciou acerca das verbas alocadas pela Comunidade Intermunicipal (CIM) do Ave para a redução dos preços dos passes dos transportes públicos no concelho.
Para Rui Antunes, coordenador do Bloco de Esquerda (BE) de Guimarães, as palavras de Domingos Bragança são incompreensíveis porque não adiantam datas quanto à implementação da medida, e questiona a razão pela qual “os passes não serão reduzidos já no dia 1 de Abril”. O bloquista lembra que o Orçamento do Estado de 2019 já “transfere, para a CIM do Ave, 1 milhão e 350 mil euros para a redução do passe e para o alargamento da rede”. Em Braga, recorde-se, a redução no preço dos passes vai entrar em vigor já em Abril.
Na reunião de executivo em Guimarães, realizada na passada quinta-feira, o município apresentou o novo modelo de transportes para o concelho, que está previsto entrar em vigor em 2021, após o fim da concessão aos Transportes Urbanos de Guimarães (TUG), que termina em 2020. Confrontado sobre se a alteração do modelo de transportes não interfere com as verbas alocadas da CIM, Rui Antunes diz que não: “o que a Câmara Municipal deve fazer já, através da CIM do Ave, é negociar directamente com os operadores que actualmente prestam o serviço (no caso dos TUG é a Arriva, Transdev e CP)”, adiantando que “a questão da concessão só é colocada em 2020”.
O bloquista também se pronunciou sobre o preço dos passes gerais para as freguesias mais distantes do concelho. Ainda que salvaguardando que não conhece o plano em concreto, Rui Antunes adianta que os utilizadores das freguesias periféricas podem pagar até 73 euros, e, segundo defende o BE, “os custos do transporte devem ser distribuídos pelos utilizadores e pelo município”.
“O preço deve ser o mais reduzido possível para todos os utilizadores. A coesão territorial só é atingida se um freguês de São Cláudio do Barco pagar o mesmo que um de Fermentões. A ideia do preço em função da distância vai continuar a colocar entraves à utilização de transportes por parte de munícipes de freguesias mais distantes”, esclarece.
Áudio:
As críticas do Bloco de Esquerda de Guimarães a Domingos Bragança
