Bom Jesus avança na candidatura a Património Mundial

O Santuário do Bom Jesus do Monte, em Braga, e o Real Edifício de Mafra passaram à fase seguinte da candidatura a Património Mundial, disse à Lusa a Comissão Nacional da UNESCO. De acordo com a secretária-executiva da Comissão Nacional da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (mais conhecida pela sigla inglesa de UNESCO), Rita Brito, as candidaturas foram entregues no final de janeiro, seguindo-se agora “um longo processo”.

“Agora vão passar para a fase de avaliação pelo ICOMOS [Conselho Internacional de Monumentos e Sítios]. É um longo processo e a recomendação que vão fazer pode ser de diversos tipos. Só no ano que vem é que serão apresentadas, na melhor das hipóteses, ao Comité do Património Mundial”, afirmou a secretária-executiva da Comissão Nacional da UNESCO.

Entre a apresentação da candidatura e o momento da decisão do comité há, então, um período mínimo de 18 meses.

“Até à classificação é uma questão de tempo”

Em declarações à RUM, Miguel Bandeira, vereador responsável pela pasta do Património, disse acreditar que, “depois deste reconhecimento, será apenas uma questão de tempo” até à classificação do Bom Jesus. Para o vereador, esta é uma referência que vai tornar Braga ainda mais atractiva internacionalmente”. Ainda assim, acarreta responsabilidades, admite. “Vamos ter que olhar para o Bom Jesus como um território que tem valências diversas, desde o domínio artístico, ambiental, florestal, que se prendem com os valores intangíveis do santuário, que é um centro de peregrinação e também de lazer”, referiu.


O ICOMOS passará agora por Braga para fazer uma análise mais escrupulosa do Bom Jesus. Miguel Bandeira olha para este momento como uma oportunidade. “Para além da ambição da classificação do Bom Jesus, vamos iniciar, brevemente, a alteração por adaptação do Plano Director Municipal (PDM) e, naturalmente, e vai envolver um maior rigor, uma maior apreciação de tudo o que comporta com o ordenamento do território na paisagem envolvente”, explicou. Além disso, a candidatura irá articular-se com o projecto conjunto com o município de Guimarães, que pretende salvaguardar a paisagem dos Sacro Montes.


O vereador explicou que a candidatura de Mafra “incide no contexto do convento propriamente em si”. Já a do Bom Jesus aponta para uma dimensão mais ousada e mais interessante do ponto de vista da região onde o Bom Jesus se instala”, referiu. O Bom Jesus pretende a inscrição no domínio das paisagens culturais, “portanto não se limita à estrutura arquitetónica em si e dos elementos associados, mas de todo o conjunto envolvente da paisagem que transcende o território do município de Braga”, explicou.


De acordo com a página da UNESCO, foram apresentados 21 bens: o Aqueduto das Águas Livres, os Caminhos Portugueses de Peregrinação a Santiago de Compostela, o Centro Histórico de Guimarães e Zona de Couros (extensão), o Complexo Industrial Romano de Salga e Conserva de Peixe em Troia, o Conjunto de Obras Arquitetónicas de Álvaro Siza em Portugal, a Costa Sudoeste, o Deserto dos Carmelitas Descalços e Conjunto Edificado do Palace-Hotel no Bussaco, a Dorsal Médio-Atlântica, o Edifício-sede e Parque da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, as Fortalezas Abaluartadas da Raia, as Ilhas Selvagens, as Levadas da Madeira, a Lisboa Histórica, a Lisboa Pombalina, Lugares de Globalização, Mértola, Paisagem Cultural de Montado, o Palácio e Tapada Nacionais de Mafra e Jardim do Cerco, a Rota de Magalhães, o Santuário do Bom Jesus do Monte, em Braga, e Vila Viçosa.

Portugal conta atualmente com 15 sítios classificados como Património Mundial pela UNESCO.

C/LUSA

Áudio:

Miguel Bandeira, vereador do Património, explica significado da decisão da UNESCO.

Mafalda Oliveira
Mafalda Oliveira

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