Bom Jesus quer criar “mancha florestal” com 500 carvalhos

A Confraria do Bom Jesus quer criar uma “mancha florestal” de carvalhos.
A ideia que foi lançada esta terça-feira com o nome “Círculo do Carvalho” pretende que a comunidade bracarense assuma o desígnio de ajudar, através do ambiente, a candidatura da instância a património mundial da humanidade, classificado pela UNESCO. Pretende-se proteger a floresta envolvente à instância religiosa e criar aí a “maior colecção de carvalhos do Mundo”. Para isso, o objectivo é coleccionar as 500 espécies de carvalhos, sendo que neste momento apenas existem 15 no local.
D. Jorge Ortiga frisou a vontade de criar esta dinâmica ambiental e referiu que o “objectivo é suscitar uma cultura do ambiente. Esta é uma casa comum e temos de preservar o ambiente como pulmão da cidade. Queremos colocar uma mancha florestal para permitir aos bracarenses e não só possam passar aqui momentos de tranquilidade e serenidade”.
O colégio João Paulo II deu o mote para esta campanha com a doação de três carvalhos que foram encomendados e que chegaram de Itália. O director da instituição de ensino, Mário Paulo Pereira, assumiu que, em seis anos, se pretende contribuir para o desígnio do projecto e, por isso, vai-se “limpar a floresta de infestantes, fazer as podas, os abates das árvores em fim de vida e plantar os carvalhos para que a floresta do Bom Jesus volte a ganhar uma dinâmica para a fruição de todos”, afirmou o responsável que lembrou que o donativo deverá ser feito à Confraria do Bom Jesus e que terá um valor associado de 500 euros, valor esse que, para além de servir para a compra de um carvalho, permite que a Confraria possa fazer a manutenção da área abrangente de cada carvalho (100 metros quadrados).
O resultado final pretende que nos 25 hectares de floresta se possam acrescentar mais espécies às 15 já existentes, mas também dar uma nova vida ao espaço: “Faz parte do projecto a criação de percursos pedonais e para as bicicletas para que se possa fruir do espaço arbóreo e até possam cá vir estudiosos para estudar a biodiversidade que vai continuar a existir no Bom Jesus”, disse Mário Paulo Pereira.
Presente na conferência de imprensa de apresentação do projecto esteve Firmino Marques, vice-presidente do município, que falou num “momento histórico” para a instância: “É um desafio de enorme responsabilidade que a Confraria responde com este projecto. Tenho que dar os parabéns por o assumirem como um desafio ambiental, mas também no que diz respeito à classificação deste património com reconhecimento mundial”, argumentou o responsável autárquico que reforçou o Bom Jesus como “um espaço atractivo” que vai “juntar os dois ingredientes, o património e a espiritualidade”.
Este é um projecto que entronca no restauro da instância do Bom Jesus do Monte. Na vertente patrimonial, D. Jorge Ortiga afirmou que faltam restaurar seis capelas e a parte exterior, nomeadamente o pórtico da igreja.
