Bom Jesus terá centro interpretativo até 2022

O Bom Jesus do Monte será reforçado com um centro interpretativo. Numa conferência de imprensa realizada esta terça-feira na sequência da classificação do monumento como Património Cultural Mundial, foi apresentado um plano para o futuro do santuário e da zona envolvente.
O espaço de interpretação vai ficar situado na antiga Casa dos Correios, perto do elevador, e vai custar mais de um milhão de euros. O projecto já teve o aval da UNESCO para avançar. Varico Pereira, secretário da Confraria do Bom Jesus, explica que o principal objetivo é que “o turista ou o visitante que procure” o local se possa “sentir mais informado e tenha uma experiência mais enriquecedora”.
Num conjunto de cinco linhas estratégicas para o futuro, o responsável da Confraria elencou como uma das prioridades o melhoramento dos acessos ao Bom Jesus, com o intuito “muito claro de conter aquilo que possa ser uma afluência massiva de turistas ou visitantes ao monumento”. “Será necessário também finalizar imediatamente alguns pormenores relativos às questões relacionados com o perigo que os incêndios possam representar para este espaço”, acrescenta Varico Pereira.
A conservação do património cultural e natural, a melhoria do acesso ao santuário e qualificação da visita, o reforço da governância do monumento, a promoção da participação da comunidade local e a preparação de um programa cultural e turístico fazem parte do plano estratégico para a preservação e requalificação do Bom Jesus.
As medidas vão ser implementadas pela Confraria, com a contribuição de um conselho consultivo, que será criado com a função de auxiliar na gestão do monumento e da zona envolvente. O prazo para o término das obras é o ano de 2022.
Ricardo Rio perspetiva maior “projeção internacional” do Bom Jesus; D. Jorge Ortiga fala em “gratidão”
A Câmara Municipal de Braga também terá um papel decisivo nas obras de beneficiação que forem feitas no Bom Jesus. O presidente Ricardo Rio garante que a autarquia vai “continuar a dar todo o contributo em várias dimensões”, exemplificando com o apoio que vai ser fornecido aos níveis da “salvaguarda, da protecção civil, da promoção da acessibilidade ao espaço e da qualificação e da animação turística”.
O autarca deseja ainda que “o Bom Jesus seja cada vez mais um activo único à escala global”. Destacando que o concelho de Braga é o segundo melhor destino europeu em 2019, acredita que, com a classificação dada pela UNESCO, o monumento vai “ganhar ainda mais projeção internacional”.
O início da primeira candidatura do Bom Jesus foi em 1998. Após um processo longo e moroso, que culminou com a distinção feita este domingo em Baku, no Azerbaijão, D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, agradece o trabalho que foi desenvolvido por várias entidades durantes estes 20 anos, enaltecendo o papel da Confraria na requalificação do monumento e da zona ecológica que o envolve. “A minha palavra aqui é essencialmente de gratidão”, refere.
Sobre o espaço propriamente dito, apesar da possibilidade de ser explorado de diferentes formas, o arcebispo aconselha um trajecto específico que pode ser feito por quem visita o Bom Jesus: “Percorrer a caminhar as mais de 500 escadas, entrar no santuário, ir ao átrio dos evangelistas, ver a paisagem e descer o elevador. Isto é um circuito para um dia”, finaliza D. Jorge Ortiga.
No dias 6 e 13 de Setembro, de forma a comemorar a elevação do monumento bracarense a Património Cultural Mundial, vão ser organizadas duas cerimónias. A primeira será um acto de reconhecimento público pelo processo que levou a esta distinção e a segunda será mais direccionada para a população em geral.
TBG
