Bracarenses desafiados para estratégia cultural 20-30

[Braga deu hoje o pontapé de saída oficial para a Estratégia 2020-2030 na área cultural. Tendo como meta o título de Capital Europeia da Cultura 2027, o município apresentou esta sexta-feira, na Fábrica de Fundição de Sinos de Braga, o esboço daquilo que pretende levar a cabo para  conquistar o título e assegurar uma estratégia cultural forte nos anos seguintes.

Para dar a conhecer os desenvolvimentos do trabalho levado a cabo pela equipa responsável pela elaboração da estratégia 2020-2030 e recolher contributos de agentes culturais e bracarenses, o município lançou esta sexta-feira uma plataforma online.

Cláudia Leite, do Theatro Circo, lidera a equipa de missão que começou no início de 2018 e que integra o município nos seus diferentes pelouros, o gnration, empresas municipais, mas também a Universidade do Minho e a Diocese de Braga. Feito o diagnóstico, realizadas diferentes entrevistas com agentes culturais e responsáveis de outras áreas na cidade, a equipa quer agora ouvir a sociedade em geral e definir uma estratégia para ser aprovada por todos em 2019. 

Durante a apresentação, a responsável sublinhou que esta estratégia que agora começa “é central e deve marcar este processo, porque tem que ser pensada num horizonte temporal mais alargado, porque tem de viver independentemente deste projecto e ter uma consequência para além da CEC”, defende.

Serão criados órgãos consultivos nacionais e internacionais.

“Queremos que todos se sintam representados”, diz vereadora da Cultura


Lídia Dias, vereadora da Cultura disse que Braga “não é uma cidade qualquer, congrega uma dimensão histórica” que não será esquecida neste plano estratégico. A responsável lembrou que a escolha do local para esta apresentação “não foi casual”, mas sim por ser um lugar “simbólico”, uma indústria viva na cidade dos arcebispos onde o sino “é marcante na vida de cada um”, um objecto que “define também muitos ritmos sociais”.

A estratégia a delinear até ao final de 2019, segundo a vereadora, vai “valorizar diferentes dimensões” e “ninguém ficará de fora”. “Será um processo o mais participado e alimentado possível”, notando que não importa tanto a unanimidade, mas sim que “todos se sintam representados”.

Joana Fernandes coordena equipa de trabalho


Joana Fernandes é o rosto da coordenação da equipa. Com experiência na área, Joana Fernandes trabalhou na equipa de Carlos Martins, responsável pela candidatura de Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012. A responsável realça que “há muito ainda para descobrir em Braga”, e lembra que “cultura não é apenas o que vem à mente numa primeira abordagem”. A coordenadora está a trabalhar no processo desde o início do ano, e deu nota que a estratégia terá de contar “com todos os agentes da cidade”, tendo como finalidade “revelar uma visão conjunta da cidade que Braga quer ter em 2030.

“Seria impensável que um projecto como este não fosse alargado a toda a comunidade nas suas várias fases”, reconheceu o autarca Ricardo Rio. Admitindo que uma candidatura a CEC “não é uma candidatura para o momento”, Rio afirma que é preciso “construir em torno do que já existe e deixar um legado mais amplo para o futuro”. 

O trabalho da equipa liderada por Joana Fernandes arrancou no início de 2018 com reuniões, visitas e entrevistas a diferentes agentes. O objectivo é lançar, dentro de precisamente um ano, a estratégia oficial 2020-2030.

Novos espaços para a cultura? Há espaços mal aproveitados, considera Ricardo Rio

Quanto a espaços que possam surgir no âmbito de uma eventual candidatura bem sucedida a Capital Europeia da Cultura, Ricardo Rio afirma que essa é também uma das missões da elaboração do plano estratégico.

Sobre “espaços mal aproveitados” em Braga, Ricardo Rio deu nota do edifício do Castelo, remetendo para a elaboração da estratégia a revelar em 2019 outros edifícios que possam ser importantes para uma capital europeia da cultura.

Questionado sobre a eventualidade da venda da Confiança não acontecer, e de uma possível mudança de estratégia quanto à finalidade daquele imóvel para dar respostas a necessidades da CEC 2027, Ricardo Rio foi taxativo na resposta: “A Fábrica Confiança não é uma activo estratégico, deve ser alienada e com essa alienação gerar recursos para fazer face a outros projectos”, resumiu.

Áudio:

Ricardo Rio, Lídia Dias, Cláudia Leite e Joana Fernandes

Elsa Moura
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