Braga Para Todos. “Porquê optar por 27 autocarros a gás?”

O movimento Braga Para Todos considera que o Município de Braga “deu um passo atrás” no que toca à luta pela redução das emissões de gases com efeito de estufa, principalmente, quando Braga tem graves problemas a nível do ar. Segundo a Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, em 2017 Braga foi considerada a terceira cidade, depois de Lisboa e Porto, em que são ultrapassados os limites de poluentes do ar. Deste modo, a representante do movimento, Elda Fernandes, não compreende o porquê da compra de 27 autocarros a gás comprimido e apenas três eléctricos, quando o Governo está a incentivar a compra de veículos mais amigos do ambiente para cumprir com as metas da União Europeia (UE).

“Não entendemos o porquê de estar a reforçar, mais uma vez, esta frota a gás que é mais poluente. O argumento utilizado pelo presidente, ao dizer que não é fiável, faz-nos alguma confusão pois existem testes e a antiga administração tem vários engenheiros que tinham tudo preparado, por isso tem de existir outro motivo. Se o edil tem documentos que comprovem essa premissa então deve torná-los públicos para perceber o motivo pelo qual se deu este passo atrás”, considera a porta-voz.

Recorde-se que a Câmara Municipal vai investir 10 milhões de euros no reforço da frota dos TUB através de um processo de leasing. Assim sendo a compra, defende o movimento, “não se torna mais barata” pois no caso dos autocarros eléctricos “estes contam com fundos, assegurados pelo Governo”. “O argumento que o presidente Ricardo Rio utiliza é que este género de veículo não garante a circulação nos percursos habituais, mas parece-nos estranho porque o Alfa é carregado em Braga e chega a Lisboa e também é eléctrico”, atira.

O movimento Braga Para Todos refere também os partidos políticos da oposição têm curiosidade em saber o porquê do edil da cidade fazer esta opção e alerta ainda para o facto de, no futuro, Braga ser penalizada por estar a remar contra a maré. “O Governo ao dar fundos para uma compra que está relacionada com metas ambientais também vai penalizar as autarquias que estão a ir contra esta decisão”, rematou.