Braga. “Precariedade e pressões” nas empresas preocupam PCP

O PCP, pela voz da deputada Carla Cruz, critica as condições laborais dos trabalhadores da indústria têxtil e do sector hoteleiro, no distrito de Braga. Hoje foi dado a conhecer à comunicação social o resultado das reuniões entre o partido comunista e as estruturas do Movimento Sindical Unitário, realizada ontem, em Guimarães. Os principais focos em discussão dizem respeito aos baixos salários, ao banco de horas e às “pressões sentidas por alguns trabalhadores”.

Segundo Carla Cruz, os problemas não se aplicam apenas aos sectores hoteleiro e têxtil, salientando ainda que que o distrito de “Braga não é caso único no país”. “No sector têxtil os trabalhadores ganham pouco acima do salário mínimo nacional. As empresas não respeitam os direitos dos trabalhadores. Sabemos de alguns casos na hotelaria em que os empregadores recorrem a vínculos precários, trabalho ilegal, onde as pessoas não fazem qualquer tipo de desconto para a Segurança Social”, revela.

Do lado do Sindicato da Hotelaria do Norte preocupa o tratamento que está a ser dado aos funcionários das cantinas de hospitais e escolas. Mário Moreira, dirigente da entidade sindical, considera que existem “muitos casos em que a lei não está a ser cumprida” e que os trabalhadores “permanecem calados por medo de hipotecarem as suas vidas”.

“Existem várias situações em que as pessoas estão há vinte anos a renovarem, constantemente, os contratos de trabalho. Isso não é legal. O Governo é quem permite isto. Isto acontece nas escolas, nos hospitais e cantinas de empresas, ou seja, tudo o que é concessionário da ITAL, GERTAL e UNISELF funciona tudo da mesma maneira. Nós [Sindicato da Hotelaria do Norte] vamos continuar a olhar para estas situações. “, refere.

Alguns destes casos já foram denunciados ao Ministério do Trabalho e Segurança Social. Para 9 de Junho está agendada uma acção de luta em Lisboa onde sindicatos e PCP vão reivindicar melhores condições laborais