Braga ‘testa’ Media Arts em escolas básicas
É no âmbito da candidatura de Braga a Cidade Criativa da UNESCO que dezenas de crianças têm participado em experiências relacionadas com as Media Arts. A candidatura de Braga deverá ser formalizada em Maio e a UNESCO revela em Outubro deste ano os resultados.
Ao longo dos últimos meses o município tem trabalhado o ramo das Media Arts, através do projecto conjunto do gnration que conta com a direcção artística e coordenação da Casa da Música, via Digitópia.
Depois de passar pelas primeiras duas escolas da cidade (EB1 de S.Victor e posteriormente na EB1 das Enguardas), há margem para se alargar a mais estabelecimentos de ensino no próximo ano lectivo.
O primeiro contacto de ensino das Media Arts em Braga surgiu na EB1 de S. Victor onde hoje decorreu a última aula. A assistir esteve o presidente da Câmara Municipal de Braga, a vereadora da Cultura, o programador do gnration e a administradora do Theatro Circo, responsável pela elaboração da candidatura de Braga a Cidade Criativa da UNESCO.
A falta de ensino artístico integrado nas escolas “é uma lacuna no país” que pode ser combatida a partir de Braga, tornando-se pioneira a disponibilizar unidades curriculares relacionadas com as Media Arts, lembrou o programador do gnration.
A experiência com os alunos da EB1 de S. Victor terminou hoje e as Media Arts seguem agora para a EB1 das Enguardas. De acordo com Luis Fernandes nestas aulas apresentam-se “noções muito variadas, maioritariamente ligadas à arte digital, sempre com um imput muito pedagógico e que permita acima de tudo educar as crianças para estas áreas culturais”. Este projecto “piloto” para testar o impacto e a recepção por parte das crianças parece estar ganho, a julgar pela participação e atenção dos mais pequenos que esta tarde participaram na última ‘aula’ na EB1 de S. Victor. Durante quatro dias, todas as crianças da escola têm oportunidade de participar no programa.
Luis Fernandes explicou que depois da experiência “ganha” no gnration com a acção ‘Primeiros Bits’ em que as escolas se deslocam ao gnration para aprender (as sessões estão esgotadas já até ao final do ano), a organização quis testar a experiência nas escolas “de uma forma mais abrangente até porque “é diferente estar incluído no currículo escolar” e tudo acontecer num ambiente de sala de aula.
Depois destas duas escolas, a organização vai avaliar este impacto na comunidade escolar e a possibilidade de alargar estas experiências a novos públicos, sobretudo crianças em ambiente escolar.
Também o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio reconheceu hoje que para Braga ser “verdadeiramente uma cidade criativa e fazer esta interligação entre cultura e tecnologia, a formação de públicos jovens é fundamental”, daí esta experiência com a comunidade escolar “alargando o universo e criando e sensibilizando novos públicos”.
Em 2004, a UNESCO nomeou as Media Arts como um dos sete campos criativos vitais para o desenvolvimento urbano sustentável. Nesse âmbito, criou a Rede de Cidades Criativas – UNESCO Creative Cities Network (UCCN), para fortalecer a cooperação entre cidades que encontram na criatividade um factor estratégico de desenvolvimento social cultural e económico, estando actualmente presente em 54 países, com 116 cidades membros, das quais 9 são Cidades Criativas Media Arts.
Actualmente existem nove Cidades Criativas Media Arts: York (Reino Unido, 2014), Linz (Áustria, 2014), Enghien-Les-Bains (França, 2013), Lyon (França, 2008), Austin (EUA – Texas, 2015), Dakar (Senegal, 2014), Tel Aviv-Yafo (Israel, 2014), Gwangju (Coreia do Sul, 2014), Sapporo (Japão, 2013).
