Braga vai (re)escrever a história dos bairros até 2020

Foi apresentado esta manhã em Braga o projecto “(Re)escrever o nosso bairro”, que pretende abranger todas as faixas etárias dos bairros de Santa Tecla, Enguardas e Picoto, através de actividades culturais, didácticas, de apoio social e de integração da comunidade.

Até 2020, para lá da regeneração dos edifícios habitacionais, o município quer implementar projectos inovadores que promovam a inclusão activa, animação territorial, cultura, mas também formação e emprego junto de uma franja da população muitas vezes desvalorizada pela sociedade.

O (Re)escrever Braga surge no âmbito de uma candidatura da Câmara Municipal de Braga ao programa ‘Abordagens Integradas para a Inclusão Activa’, cujo objectivo passa por uma efectiva inclusão das comunidades residentes.

Tratam-se de oito propostas integradoras patentes num projecto mais amplo. Uma das preocupações do município é “que a cidade conheça os seus bairros, mas que os bairros também saiam e venham à cidade”, começou por esclarecer Cristina Palhares, do município bracarense. “Transcrever” é a primeira missão, com acções participativas nos bairros sociais. No caso, arquitectos paisagísticos que “vão estar junto dos residentes e fazer um levantamento para perceber aquilo que é importante no bairro”, os sítios mais importantes para aquelas pessoas no seu próprio bairro.

O projecto “Quem Tem Medo” é outro dos que integram o (Re)escrever a história do nosso bairro. Esta quarta-feira, o Theatro Circo abre as portas aos bracarenses para que assistam, gratuitamente, a uma peça realizada exclusivamente por uma turma de alunos de etnia cigana, a única no país com um plano curricular diferente. Uma história sobre os medos e receios dos mais jovens na sociedade.

Será também fundado um centro comunitário nas Enguardas, completando o projecto já existente da Associação Famílias. A criação de um Coro Ensemble Instrumental é outro dos objectivos. A autarquia pretende ainda escrever um livro infantil com contos do bairro, através das histórias dos mais velhos contadas aos mais novos.

Através da Cruz Vermelha de Braga, criar um Grupo Activo de Jovens é outra das pretensões “para permitir cumprir com os sonhos dos jovens, muitas das vezes fechados pela comunidade cigana dadas as suas especificidades culturais”.

A preocupação com os adultos está patente neste projecto através de diferentes acções, entre elas: a capacitação de lideranças locais, assim como acções de formação em parceria com o IEFP, formando pessoas de etnia cigana, em áreas como jardinagem, costura ou construção, na expectativa de promover o emprego nos bairros sociais.

Vítor Esperança, administrador da Bragahabit é o rosto da ligação do município aos bairros sociais com comunidades ciganas. Hoje, na apresentação do programa no gnration, admitiu que para lá da da reabilitação física, deve dar-se prioridade à dimensão humana, social e cultural. “É um projecto de regenaração social e urbano  de uma zona problemática da cidade”, defendeu.

Também o autarca Ricardo Rio ambiciona a elaboração de “uma nova história” para os habitantes dos bairros sociais de Braga. Recordando que ao longo dos anos os bairros foram-se degradando “não apenas no plano físico, mas também do ponto de vista das suas condições sociais e humanas”, sublinhou que “a primeira e mais importante prioridade é a dignidade” do que habitam nos diferentes bairros sociais do concelho.

Para a elaboração do “(Re)escrever o nosso bairro”, os técnicos de Braga estudaram e reuniram com responsáveis de projectos sociais implementados em diferentes zonas do norte do país, nomeadamente Famalicão, Porto e Peso da Régua, para recolher os melhores exemplos.

Elsa Moura
Elsa Moura

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