Câmara investe 8 milhões no “novo” Estádio de Famalicão

Foi hoje dado o pontapé de saída para aquele que será o renovado Estádio Municipal de Famalicão.
“É um dia muito importante para o Futebol clube de Famalicão”, começou por dizer o presidente da Câmara de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha.
O autarca fala ainda de três dimensões no projeto que vai servir o Futebol Clube de Famalicão e o concelho: inteligência, inclusão e sustentabilidade.
A primeira, explicou, está relacionada com o facto de o projeto trazer “vitalidade à comunidade”, considerando esta uma “boa notícia para os comerciantes”, porque o estádio “será uma boa porta de entrada”.
Quanto à inclusão, Paulo Cunha explicou que quer um estádio “acessível a todos, pessoas com mobilidade reduzidas, homens, mulheres e crianças”.
No que há sustentabilidade diz respeito o autarca deixo a mensagem de que este “é um estádio com o custo mais baixo por cada um dos lugares”.
A requalificação, orçada em “oito milhões de euros”, “é um dos maiores investimentos públicos em Famalicão”. “Uma infraestrutura como esta ajuda a elevar o concelho para um patamar nacional e internacional”, apontou Paulo Cunha.
O presidente da Câmara de Famalicão diz ainda estar a ser “consequente com aquilo que tem sido o projecto desportivo do FC Famalicão”.
Paulo Cunha quer “um complexo desportivo que sirva os propósitos do FC Famalicão e que seja um trampolim para que o clube possa chegar a outros patamares nacionais e internacionais”.
Jorge Silva, presidente do FC Famalicão, considera que “só com infraestruturas fortes, modernas e eficazes é que o projeto do FC Famalicão pode crescer”. O presidente do clube famalicense destaca ainda a necessidade de dar conforto aos espectadores. Algo que “neste momento não têm”.
Novo estádio serve de estímulo à ascensão à 1.ª Liga
A ascensão à 1.ª Liga é um objetivo há muito desejado. Para Paulo Cunha o renovado estádio “serve de estímulo para que o projecto desportivo possa, quem sabe, tão rápido quanto possível chegar à 1.ª Liga”. “Se esta intervenção também for útil e necessária para esse efeito, pois bem que assim seja”, complementou.
“Com o novo estádio há legitimidade e condições para nos afirmarmos como um dos grandes clubes do futebol português”, apontou Jorge Silva.
Apesar da obra, o Futebol Clube de Famalicão poderá continuar a jogar no seu estádio. A intervenção, orçada em 8 milhões de euros e financiada totalmente pela Câmara, arranca no próximo ano e deve estar terminada em 2021.
“Vamos trabalhar para que aquando da inauguração estejamos já na 1.ª Liga e a fazer coisas muito bonitas no futebol”, finalizou o presidente do FC Famalicão.
O que vai mudar com a requalificação?
Construído em 1952, o Estádio Municipal 22 de Junho inaugurou em 1991 a bancada nascente e, posteriormente, em 2015, sofreu a primeira intervenção nas bancadas do topo norte e sul do lado poente.
No entanto, balneários e bancadas já não cumprem as actuais exigências da organização dos jogos promovidos pela Liga Portuguesa. Por exemplo, a bancada nascente “não apresenta zonas de descompressão nem está dotada das infraestruturas necessária, como lavabos, bares ou sala de primeiros socorros.
Assim, a intervenção passa pela “reformulação dos espaços de descompressão destinados ao público dotando-os de todas as valências que confiram conforto aos espectadores das várias categorias; reformulação das áreas técnicas e de organização de jogos em edifício contíguo à bancada poente; ampliação da capacidade do estádio rebaixando o relvado e aproximando os espectadores do terreno de jogo; dotação de estacionamento”.
No total, o novo estádio vai ter lugar para cerca de sete mil espectadores: Destes, 4320 na bancada nascente que contará também com 20 lugares destinados a pessoas com mobilidade reduzida.
A bancada poente poderá receber, no total, 2660 pessoas: 50 no camarote presidencial e nos camarotes de empresa; 200 lugares nos camarotes família; 54 lugares na tribuna de imprensa; 6 lugares para pessoas com mobilidade reduzida e 2300 lugares para espectadores.
Na bancada nascente vão ser melhoradas as condições de acessibilidade e de conforto, com a abertura de dois novos vomitórios, cadeiras fixas, bares e instalações necessárias.
O investimento inclui ainda a manutenção das torres de iluminação e cumprir os índices luminotécnicos exigidos. “O estádio será dotado de condições técnicas de vídeo-vigilância, assim como de controlo de acessos de espectadores para cada um dos sectores”, fez saber o arquitecto Paulo Almeida.
Os acessos e entradas de público serão reformulados e o estádio vai contar também com painel electrónico de resultados.
O projeto propõe ainda a construção de um edifício com 3 pisos e cerca de 9 metros de largura, onde se vão localizar as valências necessárias tanto à realização de jogos oficiais como áreas administrativas e sociais.
O balneário da equipa da casa conta ainda com um conjunto de áreas suplementares de tratamento. Já o balneário dos árbitros será composto por três áreas: reunião e dois vestiários, permitindo equipas mistas.
Localizada entre os vários balneários, encontrar-se-á a sala de organização de jogos, para reuniões preparatórias e de final de jogo. O espaço vai ainda contemplar um gabinete médico, uma sala de controlo antidoping e de imprensa. A zona da Flash Interview localizar-se-á numa zona central.
No 1.o piso será ampliada a zona de camarotes, assim como áreas de convívio, lavabos, um bar, loja do clube e bilheteiras.
No 2.º piso encontrar-se-á a área administrativa, um estúdio de televisão e uma sala de gestão e segurança.
A criação de áreas de estacionamento e de uma plataforma relvada, área complementar de treinos, também incluem o projeto.
*Por Liliana Oliveira
Áudio:
Paulo Cunha, presidente da CM Famalicão, e Jorge Silva, presidente do FC Famalicão, falam da importância do investimento para o futuro do clube e do concelho.
