Candidatos defendem medidas de combate distintas à baixa natalidade

A demografia e a natalidade foram temas em destaque no debate da RUM com os cabeças-de-lista por Braga dos partidos que elegeram deputados no distrito para a última legislatura. A iniciativa moderada pela jornalista Elsa Moura, a propósito das eleições legislativas de 6 de Outubro, realizou-se esta segunda-feira.
O primeiro candidato a abordar a questão foi o do PSD. André Coelho Lima considera que o apoio do Estado às famílias com crianças que frequentam a creche e o jardim de infância “não está tão presente” como acontece a partir do primeiro ciclo do estudos. Salienta que “o esforço pedido às famílias é maior” nesta fase inicial da vida, que compreende o nascimento até aos seis anos de idade.
O candidato por Braga do PSD acredita que, “com a redução do IRS nos escalões intermédios, com o incentivo fiscal às poupanças das famílias e com o aumento da dedução das despesas em educação”, a taxa de natalidade pode aumentar.
A questão da falta de apoio por parte do Estado levantada pelo sociais-democratas não é corroborada pela cabeça- -de-lista do PS. “Se houve área reforçada no apoio às famílias ao longo destes quatro anos, foi exatamente o apoio à primeira infância”, refere Sónia Fertuzinhos. Sustenta esta ideia com o “reforço muito significativo do abono de família até aos três anos de idade”.
A candidata socialista destaca também o crescimento do número de imigrantes, que, no seu entender, ajuda a combater a falta de natalidade. “Temos muitos imigrantes que vieram para o nosso país trabalhar e ainda bem que vieram. Esperamos que possam vir mais porque precisamos, quer dos imigrantes, quer dos portugueses que considerem que têm condições para regressar”, concretiza.
Rede pública de creches colocada em cima da mesa
A possibilidade da criação de uma rede pública de creches foi debatida mais a fundo pelos outros três candidatos. O BE e a CDU são a favor e o CDS contra. Telmo Correia, cabeça-de-lista dos centristas, fala na necessidade de “mais creches”, já que houve “uma mudança de padrão”, no sentido em que havia anteriormente “poucas crianças” e, nos últimos anos, “o número tem aumentado”.
Considera que a aposta deve passar por uma “lógica de parceria”, recorrendo inclusivamente às santas casas de misericórdia e à Igreja. “Há instituições e misericórdias que têm capacidade para fazer melhor se o Estado contratualizar”, justifica.
Por outro lado, José Maria Cardoso enuncia a medida de haver “um sistema nacional de ensino integrado nas creches públicas”, acrescentando que, no seu entender, “não tem havido uma capacidade de intervenção em nenhum dos governos e em nenhuma das políticas que foram estabelecidas para responder” a esta questão.
A juntar à proposta da rede pública, o candidato do BE salienta a importância de combater “o grande problema” que é colocado às pessoas, referindo-se à falta de rendimentos.
Concordando com os bloquistas e não discordando totalmente do CDS, no sentido em que não se mostra “contra as parcerias”, desde que “o recurso ao privado seja temporário”, Carla Cruz, cabeça-de-lista da CDU, define como “prioritária a criação de uma rede pública de creches”.
“Hoje, a maior parte das famílias que tem filhos ou que o desejam não conseguem ter porque a oferta que existe é parca ou é extremamente cara”, acrescenta. Sobre a possibilidade de se colocar as crianças em Instituições Particulares de Solidariedade Social, considera que os valores praticados são “significativos” para as famílias.
