Capital Verde. “CMG não teve maturidade suficiente”, diz PSD

A candidatura de Guimarães a Capital Verde Europeia “não teve maturidade suficiente para chegar mais longe”. A crítica é feita pelo PSD que, pela voz do líder do partido em Guimarães, Bruno Fernandes. Esta quinta-feira, o PSD reagiu ao anúncio desta quarta-feira da Comissão Europeia, que divulgou e a lista das três cidades que permanecem na corrida para o prémio ambiental: Lisboa, Ghent (na Belgica) e Lahti (Finlândia).

Bruno Fernandes defende que a autarquia “começou a casa pelo telhado”, de olhos postos no título de Capital Verde Europeia, sem o planeamento necessário. “Guimarães começou a casa pelo telhado: primeiro candidatou-se a Capital Verde Europeia, e só depois começou a trilhar um caminho de sustentabilidade ambiental, com vista a preencher os requisitos impostos pela Comissão Europeia. E, por isso, a candidatura de Guimarães não teve maturidade suficiente para chegar à lista de finalistas”, criticou.

O líder do PSD lançou ainda algumas questões sobre aspectos que considera que a Câmara de Guimarães deveria ter prevenido. “Seria necessário andar a correr construindo ecovias à pressa sem pensar nas consequências que estão à vista de todos? Seria necessário comprar um único autocarro elétrico por 500 mil euros quando a frota dos TUG necessita de uma renovação há décadas? Não seria mais consequente elaborar uma estratégia a médio prazo, transversal e consequente, em vez de andar a correr tentando fazer aparência de que somos uma cidade verde? Quanto custou esta pressa toda?”, questionou.

“Uma cidade que quer ser Capital Verde não pode construir parques de estacionamento onde existia um pulmão verde no centro da cidade, nem pode rasgar zonas de reserva ecológica para construir uma estrada de acesso a um parque industrial, tendo alternativas”, enumerou.

O PSD assinou o Consenso Político da Capital Verde Europeia 2020. Bruno Fernandes garante que já tinham alertado a autarquia para várias situações. “Assinamos porque, do ponto de vista global, estamos de acordo de que Guimarães deve ambicionar ser um concelho sustentável e, do ponto de vista ecológico, uma referência.

Na altura dissemos de uma forma clara que, apesar de subscrevermos o acordo, achávamos que a preparação devia ter sido outra”, criticou.

Bruno Fernandes considera que Guimarães deve voltar a candidatar-se a Capital Verde Europeia, mas primeiro deverá investir no desenvolvimento sustentável. “Enquanto o Rio Ave não tiver totalmente despoluído faz sentido uma candidatura? Ou enquanto os problemas da ciclovia existirem, no seu conflito com peões com estacionamento? Tem que o fazer de uma forma estruturada, do ponto de vista do planeamento”, referiu.