Cidadãos promovem debate sobre novo supermercado em Braga

A construção de supermercados no centro urbano de Braga continua a indignar alguns bracarenses. Depois da abertura de uma superfície da SONAE na quinta das Portas em Dezembro de 2016, e da construção em andamento de um outro na rua 25 de Abril, um grupo de cidadãos decidiu promover um debate juntando à mesa dois engenheiros civis e urbanistas e uma arquitecta e docente universitária.
A discussão está agendada para a noite da próxima segunda feira, no Café Peninsular, próximo do pavilhão em construção.
O assunto já teve altos e baixos nos fóruns bracarenses disponíveis na rede social Facebook. As contestações dos cidadãos conhecem-se sobretudo deste espaço virtual. No executivo, a CDU já questionou a matéria mas o assunto parece estar encerrado. Também na última Assembleia Municipal o assunto foi denunciado por alguns cidadãos. O presidente da Câmara Municipal de Braga afirma que a autarquia nada pode fazer para impedir a construção do pavilhão com fins comerciais. Na internet circula também uma petição com o objectivo de discutir de forma pormenorizada o assunto em Assembleia Municipal.
Para os autores da petição e organizadores do debate, a futura superfície da SONAE “contraria o interesse público e não pode ser executada”. Os signatários consideram que “é obrigação da Câmara Municipal, no uso dos seus poderes, desenvolver negociações com os proprietários no sentido de encontrar uma solução urbanística digna, que se adeque a esta zona nobre da cidade”, defendeu Luís Tarroso Gomes.
Luís Tarroso Gomes, uma das vozes críticas sobre a postura do município de Braga nesta matéria, que já no processo Quinta das Portas e S. Geraldo veio a terreiro contestar o executivo liderado por Ricardo Rio, surge nesta nova ‘luta’. Este advogado conhecido de muitos bracarenses pelo seu espírito mais interventivo e sem ligações partidárias assumidas, refere que o debate serve para perceber, de um lado, os pontos de vista de “quem questiona porque é que isto está a ser feito no centro da cidade e do outro a Câmara Municipal a dizer que não pode fazer nada”. Por isso defende: “nós não podemos ficar neste impasse, de duas posições tão diferentes. Então a Câmara Municipal não consegue condicionar a instalação de um pavilhão comercial no centro da cidade?Afinal que instrumentos tem a Câmara Municipal? Como é que pode ou poderia ter impedido isto de acontecer?” São algumas das questões a colocar aos convidados para o debate: José António Lameiras, eng. civil e urbanista, Manuel Miranda, eng. civil e urbanista e Teresa Calix, arquitecta e professora universitária FAUP.
Segundo este arquitecto, a Câmara Municipal de Braga foi convidada para estar presente na mesa de debate, mas declinou o convite.
Luís Tarroso Gomes, lembra que este tipo de construções polémicas “têm-se acumulado” e refere que este grupo de cidadãos “está a fazer o que ninguém fez”. Para o arquitecto, se o município não pode evitar este tipo de situações, “a conclusão que se deve tirar é que é preciso criar instrumentos para impedir que isto aconteça”.
Luis Tarroso Gomes reconhece que o debate poderá trazer “contributos e ideias para tomar decisões de algumas iniciativas” que se podem fazer depois desta acção.
Um debate promovido por Luís Tarroso Gomes, Manuel Miranda, José António Coimbra Barbosa e José Miguel Braga, para orientar este grupo de cidadãos para aquilo que ainda pode ou não ser feito.
Recorde-se que o próprio presidente da Câmara Municipal de Braga já reconheceu que existem mais duas empresas interessadas em abrir supermercados em Braga. No caso tratam-se de uma empresa alemã e uma espanhola.
