CMG aprova relatório e contas. Oposição questiona impostos

O Relatório e Contas de 2017 da Câmara de Guimarães foi esta quinta-feira aprovado em reunião municipal, apesar do voto contra da coligação Juntos por Guimarães. No documento, pode ler-se que a autarquia vimaranense teve um resultado positivo de cerca de 7 milhões de euros.
Entre as forças políticas, houve desentendimento quanto a um alegado aumento das receitas provenientes do Imposto sobre Imóveis (IMI). Da coligação Juntos por Guimarães, António Monteiro de Castro, garantiu que a autarquia recebeu, em 2017, mais receita dos impostos do que em 2016. “Houve um aumento de impostos recebidos, que rondou os cerca de 2 milhões e 300 mil euros, dos quais 320 mil foram do IMI”, assegurou.
O vereador centrista sublinhou que o município de Guimarães tem “as contas em ordem” à “custa da penalização das famílias e dos investimentos”. “Todos teremos gosto de pertencer um município que tem as contas em ordem. Estes vêm de quem tem casa e paga IMI e dos grandes investimentos. Os impostos devem ter alguma moderação”, sublinhou.
Na resposta Ricardo Costa, vereador do Partido Socialista e responsável pela área do Desenvolvimento Económico, explicou que António Monteiro de Castro não comparou os dados de forma correcta. “Aquilo que o vereador Monteiro de Castro viu não foi o montante de IMI faturado em 2017, mas sim o mapa de fluxos de caixa, que diz que em 2017 recebemos mais IMI, comparativamente a 2016. Mas a análise não pode ser feita por aí, o mapa que tem que ser visto é o IMI que foi cobrado em 2017. Aí não há dúvidas, em 2017, o município de Guimarães recebeu menos um milhão de euros”, garantiu.
Ricardo Costa assegurou que, na verdade, o município de Guimarães recebeu menos cerca de 1 milhão de euros em impostos. “Aquilo que seria coerente com a análise do vereador Monteiro de Castro, seria dizer que, uma vez que o município em 2017 recebeu menos um milhão de euros de IMI, devia subir as taxas. Mas eu percebo porque é que ele não o diz. Nós conseguimos receber mais impostos, no geral, por força da atividade económica”, explicou.
Já o autarca Domingos Bragança sublinhou que, em curso, em Guimarães, estão, actualmente, obras que, no total, rondam os 20 milhões de euros. Apesar da estabilidade financeira, nos próximos anos não haverá fundos comunitários como até agora, admitiu. “Estamos perante um quadro comunitário muito exigente, que no passado esteve disponível para comparticipar muitas infraestruturas, como equipamentos escolares, e hoje não está”, explicou.
O autarca sublinhou que a Câmara de Guimarães, “apesar deste equilíbrio financeiro, tem uma dívida na ordem dos 50 milhões de euros”. “Teremos que continuar a manter um nível de receitas adequado e uma gestão rigorosa das despesas”, lembrou.
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Partidos divergiram quanto ao valor recebido em impostos:
