Comissão admite interesse material e imaterial da Confiança

A Comissão Parlamentar de Cultura vai tomar uma decisão sobre o que considera ser o melhor para a Fábrica Confiança antes do final da legislatura, mas não se compromete com uma data específica. Na manhã desta segunda-feira, depois da visita ao espaço para avaliar as condições do imóvel, perceber as motivações da alienação apresentadas pela autarquia, e conhecer os argumentos dos que defendem o edifício na esfera municipal, Edite Estrela, presidente da comissão, explicou aos jornalistas, que agora é tempo de reflectir, dentro das limitações do próprio grupo de trabalho.

Edite Estrela reconheceu que o espaço exterior “é bastante interessante”, entendendo por isso “que faça parte do património afectivo da população”. A responsável da comissão admite que “não é só o património material mas também o imaterial que é interessante e que urge preservar”, notando também que seja “natural” que se vá degradando.  Apesar de estar já dentro de todo o historial do edifício e do próprio caderno de encargos lançado mais recentemente pela Câmara Municipal de Braga, Edite Estrela disse que agora é tempo de “discutir”, acrescentando que “em tempo útil” a comissão tomará uma decisão, assegurando que a mesma terá de ser conhecida antes do final da actual legislatura. “Temos de intensificar os nossos trabalhos”, frisou. 

Joel Sá (PSD), um dos deputados que integram a comissão parlamentar, disse no final da visita que a comissão pode ter “algum poder de influência” mas salientou que o proprietário do imóvel é a Câmara Municipal de Braga “que estabeleceu um caderno de encargos que preserva aquilo que é essencial”. 

Já os deputados eleitos por Braga que representam os restantes partidos na Assembleia da República manifestaram estar em desacordo com a intenção do executivo municipal, afastando-se da ideia transmitida pelo deputado natural de Barcelos. 

Pedro Soares, eleito pelo BE, disse mesmo que a ausência de Ricardo Rio nesta visita “demonstra que não está disponível para o diálogo” e que “a conclusão que se pode tirar é que possívelmente a CMB terá já um negócio feito”.

A deputada do PCP eleita por Braga, Carla Cruz, referiu que “é muito relevante que o Governo dê todo o apoio necessário para que o património fique na esfera pública e fique preservado”.

Hugo Pires, antigo vereador na Câmara Municipal de Braga e actual deputado do Partido Socialista na AR, salientou que os socialistas vão “fazer tudo para que o presidente Ricardo Rio reverta esta decisão, porque as políticas públicas não servem para se fazer negócios imobiliários”.

Além da comissão parlamentar, todos os deputados eleitos por Braga foram convidados a integrar a visita e foram vários os que compareceram. Além de Pedro Soares (BE) que solicitou a visita da comissão, integraram a comitiva Carla Cruz (CDU), Hugo Soares (PSD), Hugo Pires (PS), Joaquim Barreto (PS) e Luís Soares (PS).


Uma visita que esteve para não ser acompanhada pela Comunicação Social, “por questões de segurança”, segundo um dos elementos da Polícia Municipal de Braga que controlou a entrada. Depois de algumas solicitações e de um curto diálogo, os jornalistas acabaram por ver autorizada a sua entrada. Cá fora ficaram elementos da Plataforma Salvar a Fábrica Confiança, deputados municipais e ainda o presidente da Junta de Freguesia de S. Victor.

Áudio:

Declarações de Edite Estrela, presidente da Comissão Parlamentar, e dos deputados Joel Sá (PSD), Pedro Soares (BE), Carla Cruz (CDU) e Hugo Pires (PS)

Elsa Moura
Elsa Moura

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