Confiança. Hasta pública suspensa, mas ninguém desiste

Esta terça-feira podia ficar marcada como a data em que o município de Braga alienou a Fábrica Confiança em hasta pública, mas o processo foi suspenso depois de um grupo de cidadãos ter visto aceite pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga, uma providência cautelar.

Depois da data anunciada para vender o imóvel em hasta pública, as movimentações intensificaram-se. A Plataforma Salvar a Fábrica Confiança agrega várias associações e tem reunido apoios de diferentes áreas e quadrantes políticos. O grupo de cidadãos não quer deixar que a autarquia de Braga venda o único imóvel que resta da memória industrial da cidade de Braga. Apesar disso, o município está decidido em seguir para a frente com a alienação, alegando parcas condições financeiras para, nos próximos tempos, conseguir reabilitar o edifício. O executivo de Ricardo Rio tem procurado tranquilizar a população, assegurando que o caderno de encargos para a alienação, defende e protege a memória industrial da antiga Fábrica de Sabonetes localizada na Rua Nova de Santa Cruz, na freguesia de S. Victor.

A Plataforma Salvar a Fábrica Confiança refere que vai continuar a trabalhar pela defesa do imóvel na esfera municipal, e avisa que tem soluções para apresentar ao município de Braga. Os cidadãos acusam ainda Ricardo Rio de não os querer ouvir.

Cláudia Sil, uma das vozes contra a alienação refere que com a suspensão da hasta pública, os cidadãos conseguiram “uma segunda oportunidade” para “dialogar, discutir e construir uma solução diferente”. Os cidadãos lamentam que o município se recuse a dialogar ou negociar. “Foi a única alternativa que nos restou para continuar a lutar”, disse. 

O autor do caderno de encargos, o vereador do Património Miguel Bandeira, reitera que está assegurada a memória do imóvel. Sobre a suspensão da hasta pública, e quando questionado pela RUM, remeteu para a resposta de Ricardo Rio na reacção à providência cautelar. “Naturalmente está em sede legítima de apreciação o processo, e portanto vamos aguardar pelo seu desfecho.  Depois de haver desenvolvimentos que possam ou não ter novos resultados é que poderemos tecer alguma consideração sobre isso. O Sr. Presidente já disse tudo o que havia de dizer sobre esssa matéria”, defendeu o vereador.


Nenhuma das partes desiste

“Não vamos desistir de todo”, avisam os cidadãos, mas Ricardo Rio responde da mesma forma. Para o executivo municipal resta agora aguardar. O autarca assegura que vai marcar uma nova data para a hasta pública, aguardando o tempo necessário. Rio avisa que é uma decisão “política”, mas também “legítima”.


Partidos da oposição ao lado da Plataforma Salvar a Fábrica Confiança


PS, CDU e BE estão ao lado do grupo de cidadãos desde a primeria hora. Ricardo Rio, já acusou a oposição de “aproveitamento político”, mas a oposição diz que se trata de coerência e defesa de um imóvel de grande importância para a memória da cidade de Braga.

“Há uma nova esperança para que o assunto possa ser efectivamente debatido” – Artur Feio, PS

Artur Feio, vereador do Partido Socialista, interpreta esta decisão como “uma concretização da vontade popular”, depois de Ricardo Rio “não ter dado ouvidos” à população.

Para os socialistas esta é uma nova oportunidade para que se possam discutir “outros caminhos e outras alternativas”.

A medida, concretizada pela vontade popular “demonstra que a cidade de Braga está viva, atenta e que luta” e “há uma nova esperança” para que o futuro da Confiança seja debatido, diz o socialista.


“Decisão mantém bastante viva a luta pela defesa e salvaguarda da Confiança” – Carlos Almeida, CDU


Carlos Almeida, vereador da CDU refere que é “uma decisão muito positiva e muito importante porque mantém bastante viva a luta pela defesa e salvaguarda da Confiança”. Os comunistas saúdam a posição de salvaguarda que se tem verificado em diferentes quadrantes e diz que agora “é esperar que as coisas possam chegar a bom porto”, sendo mais um sinal de “esperança”.

O vereador da CDU realça que “o elemento mais determinante desta grande batalha será o envolvimento dos cidadãos, das associações e instituições” em defesa da Fábrica Confiança. “Isso é que poderá inverter uma decisão bastante teimosa da parte do presidente da câmara”, reitera.

“Uma nova oportunidade para salvar a Fábrica Confiança” – Pedro Soares, BE


Para os bloquistas está aqui “uma nova oportunidade para salvar a Fábrica Confiança”. Pedro Soares, deputado eleito pelo distrito de Braga, refere que “é uma nova oportunidade para se ganhar tempo e “para que a CMB não entre num processo precipitado”.

Elsa Moura
Elsa Moura

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