Cratera em Braga.”É quase impossível evitar”,diz Ricardo Rio

A Câmara Municipal de Braga pretende arrancar com um levantamento exaustivo dos cursos de água e um cadastro de águas pluviais até ao final deste ano. A intenção foi revelada à RUM pelo autarca Ricardo Rio depois da cratera de cinco metros que ontem à tarde surgiu em plena rua Luís António Correia, entre o INL e a rotunda do Hotel de Lamaçães.

Aos microfones da Universitária, Ricardo Rio explicou que “este tipo de situações requer um levantamento exaustivo destes cursos de água que não está feito”. O objectivo passa por “tentar intervir atempadamente em alguns dos casos”, mas reconheceu que “há sempre um risco” destas situações se repetirem porque se tratam de “zonas com grande volume de água”.

Sobre a cratera de cinco metros de profundidade que ontem se abriu, Ricardo Rio assinalou que estas vias estão edificadas em zonas onde “na sua base circula uma grande quantidade de água, quer por força das construções, quer por força dos rios e dos ribeiros que circulavam nessas zonas antes delas serem edificadas e, com o tempo, o afluxo de água provoca o desgaste interior das próprias vias e, ocasionalmente, este tipo de ocorrências”.

O autarca voltou a recordar o acesso cortado há vários meses junto ao edifício da empresa Primavera para referir que são vários os casos de risco na cidade. “É uma situação idêntica a esta. Detectamos que dentro da própria abertura da cratera havia um esboroar do próprio interior da via e optamos por cortá-la”. O encerramento da referida via ao trânsito automóvel vai prolongar-se por tempo indeterminado, tal como já tinha referido Ricardo Rio numa das últimas reuniões de câmara depois de questionado pela oposição socialista.

Ricardo Rio lembrou que o município já investiu vários milhões de euros recentemente, mas que há ainda um longo trabalho a realizar por força de erros de construção. Segundo o autarca, “nalgumas situações foram corrigidas patologias que se arrastavam há décadas e que provocavam inundações com consequências muito gravosas”, mas trata-se de um problema que “não está resolvido porque há diversas zonas da cidade nessa situação”, justificou.