D. Jorge Ortiga espera veredicto do Papa para deixar de ser arcebispo de Braga

D. Jorge Ortiga não se mostra preocupado com a aproximação do fim da actividade como arcebispo de Braga. A propósito da conferência de imprensa relativa à elevação do Bom Jesus a Património Cultural Mundial da UNESCO, que se realizou esta terça-feira, fez também referência à canonização do Frei Bartolomeu dos Mártires.
O Código de Direito Canónico, sob a égide da Igreja Católica, determina que qualquer bispo diocesano que tenha completado 75 anos deve apresentar a renúncia do cargo ao Papa. D. Jorge Ortiga completou essa idade em Março e fez, de imediato, o pedido ao sumo pontífice para deixar as funções que ocupa.
O arcebispo de Braga garante que ainda não sabe quando essa saída vai acontecer. “Não sei quando deixarei nem me preocupo. Até à altura em que chegar outro bispo, estarei aqui”, refere. Estes últimos tempos à frente da Arquidiocese de Braga vão ficar marcados pela distinção do Bom Jesus. D. Jorge Ortiga não esconde a importância desse momento, que teve “um sabor especial”, mas considera que há mais motivos de orgulho.
“Não sei o que me deu mais prazer. Se foi o domingo ou o sábado. É que no sábado tivemos o anúncio da canonização do Bartolomeu dos Mártires. Um grande acontecimento também”, afirma. Frei Bartolomeu dos Mártires, arcebispo de Braga no séc. XVI, será declarado oficialmente santo numa cerimónia que se realiza no dia 20 de Setembro.
Estes dois marcos recentes surgem no culminar de um período de 20 anos à frente da Arquidiocese de Braga por parte do actual arcebispo. D. Jorge Ortiga fala de um trabalho de “todos” em prol de uma “causa” e recusa qualquer tipo de protagonismo. “O nosso trabalho em Igreja é de serviço. É um serviço que está sempre marcado pela gratuitidade. Pessoalmente, não procuro louros, seja de que género for”, conclui de forma peremptória.
D. Jorge Ortiga entrou em funções como arcebispo de Braga a 18 de Julho de 1999. Em simultâneo, entre 2005 e 2011, ocupou o cargo de presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.
TBG
