“Ainda não sabemos se Braga precisa de novos espaços para a CEC”

Cláudia Leite afirma que não é possível responder, nesta altura, se a cidade de Braga terá ou não espaços suficientes e adequados para ser Capital Europeia da Cultura em 2027 ou se será necessário construir algum edifício de raíz.
Ontem à noite, em entrevista ao programa da RUM Campus Verbal, quando questionada sobre se a cidade precisa de mais espaços culturais, além dos que já estão anunciados pela autarquia, a chefe da equipa de missão disse que primeiro é preciso fazer um levantamento exaustivo dos que já existem algo que está a ser trabalhado.
Cláudia Leite defende uma “reafectação daquilo que já existe”, uma vez que a cidade “tem muitos pequenos espaços espalhados pelo centro histórico e fora do mesmo que têm pequenas utilizações pontuais, alguns com dinâmicas já criadas”. Por isso, defende a responsável, “é necessário reorganizar, dar-lhes uma identidade e uma maior coerência na sua programação”. Braga tem muitos espaços que precisam de “uma nova roupagem, de uma reorganização, de uma reafectação de recursos”.
A proposta de reformulação e da necessidade de criação ou não de novos espaços “será apresentada com o planeamento estratégico”, no início de 2020, indicou também aquela responsável cultural.
Entre as preocupações da equipa de missão está o envelope financeiro da União Europeia que poderá ser alocado a infra-estruturas da cidade detentora do título CEC 2027. Cláudia Leite alerta que ao contrário de candidaturas anteriores, como a de Guimarães 2012, o envelope de investimento para a requalificação e construção de novos espaços não está assegurado. “É preciso garantir um envolvimento do Ministério da Cultura e trabalho do Governo com a Comissão Europeia para que haja um pacote de financiamento dirigido para este contexto”, vincou.
Recorde-se que o município de Braga vai avançar em breve com a obra de requalificação do antigo Cinema São Geraldo, espaço que será sobretudo dedicado às Media Arts. Também a requalificação da antiga Escola Francisco Sanches, em S. Victor, a Casa dos Crivos e o Museu da Imagem são investimentos para fazer até 2021, segundo o autarca Ricardo Rio.
A autarquia pretende ainda desenvolver até 2021 o projecto de criação do Museu da História de Braga e está em conversações com o Governo no que respeita à requalificação do Recolhimento das Convertidas, também para fins culturais.
A antiga saboaria e perfumaria Confiança deverá ser alienada, deixando assim de ser um espaço equacionado para a cultura, como foi no passado.
A entrevista com Cláudia Leite, no programa Campus Verbal, pode entretanto ser ouvida em podcast.
