“Desafio é conciliar turismo com quem reside” – Maria Matos

Guimarães recebeu hoje o arranque do XVII Encontro Nacional de Municípios com Centro Histórico. O evento decorre até amanhã e junta vários especialistas em matéria de habitação e reabilitação urbana.

“Habitar os Centros Históricos” é o tema da edição deste ano e pretende debater o habitat, o turismo e a gentrificação.

A sessão de abertura contou com a presença de Maria Joaquina Matos, presidente da Associação Portuguesa de Municípios com Centro Histórico, que enumerou quais os principais desafios das cidades com centro histórico: “o desafio é conciliar o turismo e o alojamento local com quem reside”, começou por dizer a também Presidente da Câmara Municipal de Lagos.

São 90 os concelhos inseridos na Associação Portuguesa de Municípios com Centro Histórico. Maria Joaquina Matos referiu que os municípios do litoral lidam com o crescimento do turismo, enquanto o interior luta contra a desertificação. Em qualquer dos casos, a presidente manifestou a importância de reduzir a carga fiscal para os proprietários de edifícios no centro histórico. 

“O problema da habitação passa pelo sector público mas também há muito pouco incentivo ao mercado do arrendamento. É isso que vamos discutir com a Secretária de Estado da Habitação”, numa alusão à presença de Ana Pinho no programa do Encontro de Municípios com Centro Histórico.

A ARQUITECTURA NAS UNIVERSIDADES DEVE INCIDIR SOBRE A REABILITAÇÃO URBANA

Frederico Paula, Secretário-geral da Associação dos Municípios com Centro Histórico e arquitecto, falou sobre a estética actual dos edifícios e realçou o “mimetismo” muito presente em novas construções.

“Há muito mimetismo, muitos edifícios novos procuram ser antigos e que por isso acham que estão integrados nos centros históricos”.

O arquitecto assinalou que o ensino superior na arquitectura “deve incidir mais na reabilitação urbana e não tanto em novas construções”.

“Existe um mercado importantíssimo, que em Portugal ainda corresponde a uma percentagem mínima do sector da construção, que é o mercado da reabilitação urbana”, concluiu.